A Associação Académica de Coimbra foi fundada em 1887 e a sua Secção de Atletismo, em 1921. Alexandre Amado é o atual presidente do clube e Mário Rui Ferreira, o presidente da Secção de Atletismo. Tem 35 atletas federados e uma Escola de Formação. Moniz Pereira chegou a ser treinador do clube em 1950.
ASSOCIAÇÃO ACADÉMICA DE COIMBRA
Concelho: Coimbra
Ano fundação: 1887
Presidente: Alexandre Amado
Sócios: 23.000
Atletas: 35 federados
Técnico: 2
Orçamento: 7.500 euros
No mundo do desporto, quem não conhece a Associação Académica de Coimbra? Fundada em 3 de Novembro de 1887, é um dos mais antigos clubes portugueses e sobejamente conhecido no mundo do futebol pela Briosa.
Mas nem só de futebol vive a AAC. O clube tem 26 secções em funcionamento que movimentam cinco mil atletas, se considerarmos apenas os que estão federados. Alexandre Amado é o presidente do clube que conta atualmente com 23.000 sócios.
Secção de Atletismo a caminho dos cem anos!
A Secção de Atletismo é a mais antiga da AAC, sendo a filha da Associação de Estudantes da Universidade de Coimbra que em 1910, já praticava a modalidade, segundo registos históricos. Mário Rui Ferreira é o atual responsável da Secção que foi fundada em Novembro de 1921 e conta atualmente com 35 atletas federados e uma Escola de Formação, para jovens dos 7 aos 14 anos.
O clube tem dois treinadores: Nelson Oliveira na competição e David Sénica na formação. Há ainda outros que treinam individualmente atletas da secção. Os atletas participam em provas de pista, estrada, corta-mato e trail.
Orçamento de 7.500 euros
O orçamento para o atletismo ronda os 7.500 euros. A Secção dispõe de alguns subsídios estatais e privados. Mas são insuficientes para fazer face às despesas. Os subsídios que chegam ao clube para apoiar o desporto, são divididos por todas as secções, segundo um regulamento interno. E como a verba é para dividir por 26 secções…
Quanto aos apoios dados aos atletas, para além das inscrições e seguros na Federação, o clube paga as inscrições em provas de estrada e trail, inscrições, transportes, estadia e alimentação nas competições nacionais onde possa participar. Para além da camisola de competição, atribuí também algumas peças do equipamento, caso tal seja possível.
Moniz Pereira, treinador em 1950
Na história do atletismo no clube, Mário Rui refere que em Abril de 1913, a então Associação de Estudantes da Universidade de Coimbra, teve em Alexandre Correia Leal, o seu primeiro campeão e recordista nacional de 100 metros (11s), 200 metros (24,2s) e salto em comprimento com 6,25 metros. Em 2014, passou a representar o CIF.
Mário Rui destaca ainda a passagem do professor Moniz Pereira como treinador, contratado em Março de 1950.
Altos e baixos
Ao longo da sua atividade e como acontece em todos os clubes, a Secção tem passado por altos e baixos. Tem no seu palmarés, vários títulos nacionais de clubes da 2ª e 3ª divisões e passagens pontuais pela 1ª divisão do atletismo nacional. Já teve atletas recordistas nacionais nos vários escalões e muitos atletas a representarem Portugal, a nível de seleções.
Atualmente, Mário Rui mostra-se satisfeito com os resultados dos atletas, face a todos os condicionalismos que têm tido. Merecem destaque, Marta Lobo e Augusto Cavaleiro.
Principais dificuldades
Convidado a referir quais as principais dificuldades encontradas na prática da modalidade, Mário Rui refere-nos as principais: “1) de ordem financeira que limita toda a nossa vontade de fazermos mais e melhor; 2) inexistência um departamento clínico para apoio aos atletas; 3) a dificuldade de utilização das fracas instalações que existem na cidade; 4) a escassez e qualidade de técnicos que existem na modalidade em Coimbra.
Onde estava o último elemento da Estafeta?
Estórias não faltam na Secção de Atletismo. A primeira contada por Mário Rui, passou-se com uma equipa masculina composta por cinco atletas que participavam na Volta à Cidade por estafetas. Tudo correu bem até ao quarto atleta chegar ao local de transmissão para o último percurso. O seu colega não estava lá. O que se teria passado? Este último atleta da estafeta, também era diretor da Secção e esteve encarregado de distribuir com o seu carro os seus colegas pelos locais de transmissão. Mas quando se deslocou para o seu local de transmissão, não foi autorizado pela PSP a passar, numa zona da cidade que estava fechada ao trânsito por causa da prova. Procurou estacionar e fez o resto do caminho a correr em sentido contrário ao da corrida, aparecendo na zona de transmissão de frente para o seu colega que desesperava. Pegou no testemunho e arrancou para a linha da meta, perdendo obviamente vários lugares na classificação geral. Era o amadorismo da época.
Quando o comboio avariou e a equipa de estafetas correu sem almoçar
Outra estória passou-se com uma equipa de estafetas composta por quatro atletas que se deslocava de comboio a Lisboa para participar no Campeonato Nacional de Estafetas, no antigo Estádio José de Alvalade. Em Vila Franca de Xira, o comboio demorava a reiniciar a sua marcha. Algum tempo depois, foram questionados funcionários da CP os quais disseram que não sabiam quando partia o comboio pois ele estava avariado.Com as horas a passar, os atletas decidiram sair da Estação, negociaram a viagem com um taxista e lá foram, prego a fundo até pararem junto à porta 10 A, poucos minutos antes da partida da primeira prova. Sem almoçarem, foram levantar os dorsais e apresentaram-se na partida da estafeta 4×100 metros sendo terceiros classificados. Participaram ainda na estafeta de 4×200 metros. No final, cheios de fome lá, foram comer uns pregos e beber umas imperiais num café-bar junto ao Estádio.