Associação de Atletismo de Braga também critica a Federação

A Federação Portuguesa de Atletismo continua a ser alvo de críticas. Depois da posição pública de muitos dos melhores atletas nacionais, surge agora a Associação de Atletismo de Braga a emitir um comunicado muito crítico para com a Federação.

A razão prende-se com a convocatória para o Europeu de Corta-Mato, particularmente com a ausência de Ana Marinho, atleta da Escola de Atletismo Rosa Oliveira, quarta classificada na prova de Sub-20 mas que viu Beatriz Fernandes, vencedora em Sub-18 ser convocada no seu lugar.

As equipas para o Europeu, podem ter seis elementos, mas Portugal só terá uma equipa completa em Sub-23 masculinos, tendo mesmo abdicado de apresentar atletas em seniores femininos.

Eis o comunicado da Associação de Atletismo de Braga

“A Associação de Atletismo de Braga vem publicamente expressar o seu profundo desagrado pela não convocatória da nossa atleta Ana Marinho, filiada no clube Escola de Atletismo Rosa Oliveira (EARO), para integrar a seleção portuguesa de sub-20 que vai participar no campeonato da Europa de Corta Mato.

De acordo com os critérios definidos, durante o período de observação a atleta participou em vários corta-matos, obtendo sempre classificações de destaque, revelando consistência, maturidade e um excelente momento de forma.

A atleta da EARO classificou-se em 4º lugar no campeonato nacional de corta mato, perdendo apenas por um segundo para a terceira e por dois para a segunda, o que revela um nível competitivo das atletas muito semelhante.

Numa seleção em que poderiam (deveriam) ser selecionadas até 6 atletas, optou-se por selecionar as primeiras 3 e a primeira atleta juvenil para completar a seleção, ficando a nossa atleta excluída desta convocatória. Prejudica-se a atleta, o clube, a Associação de Atletismo de Braga e a própria seleção nacional.

Tentámos sensibilizar a direção técnica da FPA para esta situação, mas, infelizmente, não conseguimos que esta injustiça fosse reparada. Preferiram justificar a opção de todas as formas possíveis ao invés de assumirem um erro e retificarem a situação. Nesta seleção há lugar para mais duas atletas. A atleta tem qualidade e é de inteira justiça ser convocada.

O atletismo precisa de mais e merece melhor. Os atletas, todos eles, com mais relevância nos escalões jovens, devem ser acarinhados, valorizados e premiados, quando se empenham e trabalham arduamente, como é o caso da Ana Marinho e muitos outros pelo país fora.

A insensibilidade e indiferença que a equipa técnica da FPA revela para estas questões, evidência que os elementos que compõem este grupo de trabalho não possuem os requisitos necessários, face à sensibilidade e às especificidades que este cargo exige.