A decisão da Federação Portuguesa de Atletismo em obrigar os corredores a pagar uma uma licença prova a prova ou anual se quiserem participar em provas a partir da próxima época, continua envolta em muita polémica. Agora, foi a Associação Portuguesa de Organizadores de Provas de Atletismo (APOPA) a manifestar-se contra, tendo decidido impugnar a Assembleia Geral da qual saiu a decisão da Federação.
A APOPA emitiu um comunicado sobre esta questão:
“A APOPA tomou conhecimento, por vias informais, da possível implementação de uma taxa a ser aplicada aos atletas. Preocupados com o impacto desta medida, que não concordamos, solicitámos, com caráter de urgência, uma reunião com a direção da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA), que se realizou no dia 11 de março.
Durante a reunião, manifestámos o nosso descontentamento por não termos sido previamente consultados sobre um assunto de tamanha relevância. A direção da FPA informou-nos que a aplicação da taxa ainda estava em fase de discussão.
No dia 16 de março, solicitámos formalmente a proposta ou documentação de suporte relativa à taxa. Na semana seguinte, recebemos a Ordem de Trabalhos (OT) da Assembleia Geral, sem os documentos solicitados onde, para nosso espanto, a aplicação da taxa iria ser colocado à votação. O curto prazo concedido impossibilitou a discussão do tema com os nossos associados e a elaboração de uma proposta concreta.
Face a esta situação, apresentámos um requerimento ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral da FPA, solicitando a retirada do ponto 3 da OT, que versava sobre a referida taxa. O objetivo era permitir a discussão de uma solução fundamentada pela APOPA numa futura Assembleia Geral, num prazo de seis meses. Este requerimento foi rejeitado e não foi sequer submetido a votação.
Apresentámos, de imediato, um novo requerimento, reiterando o pedido de eliminação do ponto 3 da OT, que também foi ignorado e não levado a votação. Perante esta postura, a APOPA votou contra o referido ponto da Ordem de Trabalhos.
Em virtude das irregularidades e da falta de diálogo, a APOPA decidiu impugnar a Assembleia Geral da FPA. Sublinhamos que, até ao momento, a APOPA não foi envolvida na procura de uma solução para este problema.
A APOPA reitera o seu compromisso na defesa dos interesses dos atletas, dos Organizadores e do Atletismo em Geral e continuará a envidar esforços para que as suas preocupações sejam ouvidas e consideradas.