A atleta bielorrussa Krystsina Tsimanouskaya, que pediu asilo na Polónia durante a sua participação nos JO de Tóquio, informou esta semana que obteve a cidadania polaca em Junho.
A informação foi divulgada pela própria Tsimanouskaya, através das suas redes sociais, numa mensagem em que afirma estar disposta a “dar cem por cento” do seu potencial e lembra: “Mesmo que eu suba ao pódio como polaca, todos sabem que as medalhas irão para todos os bielorrussos e para a nossa liberdade”.
Na foto que acompanha o seu depoimento, a sprinter mostra o documento que certifica a sua nova nacionalidade datado de 28 de junho e conclui o seu texto com: “Viva a Bielorrússia! Obrigado, Polónia!”
Há cerca de um ano, a atleta de 25 anos tornou-se um símbolo da dissidência democrática do seu país ao desafiar as autoridades da Bielorrússia com a sua deserção durante os Jogos Olímpicos.
Na ocasião, a especialista dos 400 metros explicou que temia pela sua vida após receber pressões políticas e ameaças por se recusar a participar em provas para as quais não se tinha treinado.
A atleta e o seu marido e treinador Arseny Zdanevich, refugiaram-se na Polónia, onde obteve o patrocínio de um grande clube desportivo. Ela planeia abrir uma academia onde possa treinar compatriotas que, como ela, optaram pelo exílio.
Durante a sua estadia na Polónia, a jovem recusou-se explicitamente a envolver-se em declarações ou atos políticos e enfatizou que os seus únicos interesses são continuar a sua carreira desportiva e tentar ajudar outros atletas bielorrussos que decidam seguir os seus passos.
Tsimanouskaya ainda não pode representar a Polónia em competições internacionais, pois ainda não obteve a aprovação necessária da World Athletics, mas três anos após a sua residência legal neste país, ela obterá automaticamente esse direito.
A atleta, nascida em 1996, tem expressado repetidamente a sua vontade de participar dos JO de Paris em 2024 com a seleção polaca.