A sprinter francesa Halba Diouf disse que sente marginalizada e afastada da modalidade, depois de ter acabado o seu sonho de estar presente nos JO de Paris.
A jovem de 21 anos estava a treinar para correr os 200 m em Paris até à recente decisão da World Athletcs em banir mulheres transgénero de competições femininas.
A World Athletics tomou a decisão citando a “necessidade de proteger a categoria feminina”.
“Não consigo compreender essa decisão, já que as mulheres trans sempre tiveram permissão para competir se seus níveis de testosterona estivessem abaixo de um certo limite”, disse Halba Diouf à Reuters .
“A única salvaguarda que as mulheres transexuais têm é o direito de viver como desejam e isso é-nos negado, estamos sendo perseguidas, sinto-me marginalizada porque estão a excluir-me das competições.”
Halba Diouf, nascida no Senegal, chegou a França aos quatro anos antes de se mudar para Aix-en-Provence já adulta, onde iniciou terapia hormonal para mudar de sexo.
A sua transição de género foi então reconhecida pelas autoridades francesas em 2021. O endocrinologista de Diouf, Alain Berliner, disse que Diouf “é uma mulher, do ponto de vista fisiológico, hormonal e legal”.
“Os seus níveis de testosterona estão atualmente abaixo dos encontrados em média em mulheres que nasceram como mulheres”, disse ele, conforme relatado pela Reuters .
Até a World Athletics introduzir as novas regras, mulheres transgénero e atletas com diferenças no desenvolvimento sexual (DSD) podiam participar em provas de elite entre os 400 m e a milha, se seus níveis de testosterona estivessem abaixo de cinco nanomoles por litro.
Tal, foi então reduzido para metade, apenas 2,5 nanomoles por litro, valor que deve ser mantido durante pelo menos 24 meses ,antes de os atletas DSD poderem competir em competições femininas.