Tommie Smith e John Carlos, os dois norte-americanos mandados de volta para casa durante os Jogos Olímpicos de 1968 por terem protestado contra a segregação racial no país erguendo o punho no pódio, foram convidados pelo Comité Olímpico dos EUA para comparecerem a um jantar de gala em Washington, em homenagem à delegação olímpica de 2016, e a acompanharem a equipa quando esta se encontrasse com o presidente dos EUA, Barack Obama, na Casa Branca no dia seguinte.
A imagem de Smith e Carlos, medalhados de ouro e bronze na prova dos 200 me na Cidade do México, erguendo os punhos enluvados tornou-se um símbolo duradouro da luta pela igualdade racial.
O seu exemplo veio à tona diversas vezes nas últimas semanas como inspiração para jogadores afro-norte-americanos da Liga Nacional de Futebol Americano (NFL) e jogadores universitários que vêm protestando contra a injustiça racial após mortes a tiros de vários negros causadas por polícias.
Smith e Carlos pagaram um preço alto pelo seu protesto, não somente com o Comité Olímpico, mas também no tribunal da opinião pública.
Usando meias pretas, os dois atletas baixaram a cabeça e ergueram os pulsos no ar durante a execução do hino dos EUA, chocando o mundo e muitos norte-americanos que ainda se recuperavam de um ano turbulento na luta por direitos civis. Eles foram suspensos da delegação olímpica dos EUA e enviados de volta ao seu país.
O gesto foi interpretado amplamente como uma saudação ‘black power’, mas os desportistas mais tarde o descreveram como “uma saudação aos direitos humanos”.