O Comité Olímpico Internacional (COI) anunciou que os atletas da Rússia e da Bielorrússia não poderão participar na cerimónia de abertura dos JO de Paris.
Embora tenha sido anunciado que esses atletas poderão participar nos Jogos, eles fá-lo-ão sem competir sob a bandeira do seu país. Tal significa que os atletas da Rússia ou da Bielorrússia só poderão competir de forma neutra durante o evento.
A decisão ocorre depois do COI ter estabelecido um conjunto de regras específicas a serem seguidas por esses atletas durante os Jogos. O COI disse que “será proporcionada uma oportunidade para eles vivenciarem o evento” mas não deu mais detalhes sobre o que tal poderá envolver.
Neste momento, serão afetados 19 atletas, sendo 12 da Rússia e sete da Bielorrússia que já se classificaram. A decisão de não permitir que esses atletas neutros participem na cerimónia de abertura provocou uma forte resposta na Rússia entre os funcionários do governo.
Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia criticou a decisão, dizendo: “Estamos indignados com as condições discriminatórias sem precedentes impostas pelo Comité Olímpico Internacional”.
Tal surge num momento em que abundam as especulações de que a Rússia poderá realizar os seus próprios “Jogos da Amizade” em Setembro, como fizeram em 1984, quando a União Soviética boicotou os Jogos Olímpicos de Los Angeles. Naquele ano, participaram em Moscovo, atletas de 49 países.
Além disso, foi discutido que a Rússia poderia tentar ter a sua própria versão dos Jogos Olímpicos de Inverno, com um disfarce semelhante até 2026. Em reação, o Comité Olímpico Internacional acusou o governo russo de lançar uma campanha de “ofensiva diplomática” para encorajar outros países a enviar atletas para os seus “Jogos da Amizade”.
O COI afirmou: “O governo russo lançou uma ofensiva diplomática muito intensa ao fazer com que delegações e embaixadores governamentais, bem como autoridades ministeriais e outras autoridades governamentais, se aproximassem de governos de todo o mundo. Para tornar a sua motivação puramente política ainda mais óbvia, eles estão deliberadamente a contornar as organizações desportivas nos seus países-alvo.
Acrescentou: “Esta é uma violação flagrante da Carta Olímpica e, ao mesmo tempo, uma violação das várias resoluções da ONU. É uma tentativa cínica da Federação Russa de politizar o desporto, antes de passar a descrever os eventos como uma demonstração de um “total desrespeito aos padrões globais antidoping e à integridade das competições”.