O Atlético Clube da Batalha foi fundado em 2012. Casimiro Gomes é o presidente do clube que tem 120 atletas, 92 dos quais, federados. Só tem a Secção de Atletismo em funcionamento com um orçamento anual a rondar os 5.000 euros. O futuro da formação é uma incerteza dada a falta de estruturas na Batalha.
O Atlético Clube da Batalha foi fundado em 7 de Dezembro de 2012 por iniciativa de um grupo de atletas da Batalha, liderado por Casimiro Gomes, Alexandrina Gomes, Joel Pinheiro e Sofia Vieira.
Desde a sua fundação, o clube tem dado especial atenção à formação desportiva dos jovens nas várias disciplinas do atletismo. A vertente competitiva abrange as camadas jovens e também os escalões superiores.
“Mais importante do que formar campeões no Atletismo é formar campeões na vida”
Secção com 120 atletas
Casimiro Gomes é o atual presidente do clube, treinador e responsável da Secção de Atletismo do clube que adotou o lema: “Mais importante do que formar campeões no Atletismo é formar campeões na vida”.
O AC Batalha tem a sua sede social mas não tem sócios. Os atletas dos escalões de formação pagam uma mensalidade que ronda os 12 euros.
O AC Batalha tem apenas a Seção de Atletismo em funcionamento com 120 atletas, dos quais, 92 estão federados. As idades dos atletas variam entre os 4 e os 70 anos.
O clube está filiado na Associação Distrital de Atletismo de Leiria desde a época de 2012/2013, participando em todo o tipo de provas, na pista, corta-mato, estrada e trail.
Para manter toda a atividade da modalidade, conta com oito treinadores: Casimiro Gomes, George Silva, Micaela Sereno, Inês Monteiro, Joaquim Marques, Miguel Silva e Nuno Silva.
“Nunca parámos. Os atletas sempre estiveram dispostos a treinar em qualquer lugar”
Satisfação pelos resultados obtidos mas vontade de ir mais além
Casimiro Gomes mostra-se satisfeito com os resultados obtidos pelos atletas. “Neste momento, estamos muito satisfeitos com os nossos atletas. Se com as condições que temos, tem tido bons resultados, gostaríamos de lhes dar melhores condições de treino para chegarem ainda mais longe”.
Para o presidente, o AC Batalha “tem de criar condições técnicas e de treino, com o apoio do município, para que os seus atletas alcancem os seus objetivos. Os que têm mais aptidão e que se dedicam mais, podem assim levar a Batalha mais longe, a todo o país, ou quem sabe, mais além”.
Face à atual situação de pandemia, o grande objetivo do clube resume-se a manter os atletas em atividade. Casimiro mostra-se ainda assim, animado: “Nunca parámos. Os atletas sempre estiveram dispostos a treinar em qualquer lugar, desde o quintal lá de casa, ao Parque da Vila e até mesmo, na rua”.
“Para que possamos fixar no concelho todos os nossos jovens, precisamos mesmo de uma pista sintética”
Orçamento anual de 5 mil euros
O orçamento anual é de 5 mil euros. Para fazer face às despesas, o clube recebe um subsídio da autarquia, apoiado no Programa de Apoio às Coletividades. Conta ainda com o apoio de três patrocinadores: Pneus do Alcaide, Farmácia do Mosteiro e Ligação Veloz. No entanto, todos estes apoios são insuficientes para fazer face às despesas correntes da Secção. Os apoios aos atletas passam pelos transportes, filiações e equipamentos de competição.
Atlético Clube da Batalha
Concelho: Batalha
Ano fundação: 2012
Presidente: Casimiro Gomes
Atletas: 120, dos quais 92 federados
Técnicos: 8
Orçamento: 5.000 euros
Clube organiza vários eventos que reúnem mais de 3 mil atletas
O AC Batalha tem-se mostrado uma clube muito ativo, organizando várias provas durante o ano que movimentam milhares de atletas nos vários escalões.
- São Silvestre Batalha (Dezembro) com 1300 atletas
- Cross Noturno (Maio) com 400 atletas
- Trilhos do Reguengo (Setembro) com 600 atletas
- Corta Mato Curto (Janeiro) com 500 atletas federados
- Convívio jovem 5 aos 10 anos com 110 atletas
- Vários torneios de salto em altura em sala com 250 atletas
“O AC Batalha vai ser sempre um clube insatisfeito, vai querer apresentar sempre progressos”
Falta uma pista sintética na Batalha
Casimiro Gomes enumera as principais dificuldades encontradas. Segundo ele, não existem as condições nem as estruturas desportivas adequadas para a prática da modalidade. Os atletas treinam na estrada e num circuito de manutenção com apenas 100 metros. “Treinamos às escuras, pois no circuito de manutenção só temos alguma iluminação, quando há treinos de futebol. Temos de fazer 16 km para irmos treinar à pista de Leiria,15 km para irmos à de Alcobaça, 23 km para irmos à da Marinha Grande ou 34 km para irmos à da Nazaré. Temos atletas do género masculino e do género feminino e nem sequer temos um sítio para se equiparem, muito menos para tomarem banho no final dos treinos”.
Face a esta realidade limitadora da prática da modalidade por mais de uma centena de atletas, Casimiro diz-nos o que faz falta na Batalha: “Para que possamos fixar no concelho todos os nossos jovens, precisamos mesmo de uma pista sintética, com balneários e sala de musculação, de modo a conseguirmos potenciar as capacidades dos nossos atletas e atingir resultados ainda melhores a nível nacional e, conseguir a médio prazo ter atletas internacionais e participar nos campeonatos nacionais de clubes com dignidade”.
“É tempo de olhar para os atletas que com as poucas condições existentes, têm levado o nome da Batalha a patamares elevados”
Futuro da formação é incerto
Casimiro Gomes lembra que o AC Batalha é o segundo clube com mais atletas filiados na Associação Distrital de Leiria. “Há cada vez mais praticantes de atletismo, pelos benefícios que a prática traz à saúde física e mental das pessoas”.
A terminar, expressou a sua vontade em ver o clube evoluir. “O AC Batalha vai ser sempre um clube insatisfeito, vai querer apresentar sempre progressos, fruto da evolução dos seus atletas; e melhorar as suas organizações desportivas, quando tal voltar a ser possível.
Alertou ainda para a possibilidade em parar com a formação, caso o panorama atual se mantiver. “É tempo de olhar para os atletas que com as poucas condições existentes, têm levado o nome da Batalha a patamares elevados”.