(Foto do CO de Portugal)
Portugal participa em Jogos Olímpicos desde 1924. Até agora, conquistou 28 medalhas, sendo 5 de ouro, 9 de prata e 14 de bronze.
Ano | Modalidade | Medalha |
1924 | Equestre | Bronze |
1928 | Esgrima | Bronze |
1936 | Equestre | Bronze |
1948 | Equestre | Bronze |
Vela | Prata | |
1952 | Vela | Bronze |
1960 | Vela | Prata |
1976 | Atletismo | Prata |
Tiro | Prata | |
1984 | Atletismo | Ouro |
Atletismo | Bronze | |
Atletismo | Bronze | |
1988 | Atletismo | Ouro |
1996 | Atletismo | Ouro |
Vela | Bronze | |
2000 | Atletismo | Bronze |
Judo | Bronze | |
2004 | Atletismo | Prata |
Atletismo | Bronze | |
Ciclismo | Prata | |
2008 | Atletismo | Ouro |
Triatlo | Prata | |
2012 | Canoagem | Prata |
2016 | Judo | Bronze |
2020 | Atletismo | Ouro |
Atletismo | Prata | |
Judo | Bronze | |
Canoagem | Bronze |
Se analisarmos por modalidades, temos o seguinte quadro:
Por modalidades | |
Atletismo | 12 |
Vela | 4 |
Equestre | 3 |
Judo | 3 |
Canoagem | 2 |
Esgrima | 1 |
Tiro | 1 |
Triatlo | 1 |
Ciclismo | 1 |
28 |
Como podemos ver, o atletismo domina largamente com 42,9% do total. A larga distância, segue a vela com 14,3%.
Se analisarmos as medalhas conquistadas no século XXI, temos:
A partir do ano 2000 | |
Atletismo | 6 |
Judo | 3 |
Canoagem | 2 |
Ciclismo | 1 |
Triatlo | 1 |
13 |
O atletismo tem quase metade das medalhas conquistadas (46,1%). O judo e a canoagem veem-se mostrando consistentes nos resultados obtidos.
Antes do 25 de Abril de 1974, Portugal tinha participado em 6 edições (em 36 anos) e conquistado 7 medalhas. Depois de 1974, esteve presente em 10 edições (em 44 anos) e conquistou 21 medalhas.
Medalhas no atletismo
1976 | Carlos Lopes | 10.000 m | Prata |
1984 | Carlos Lopes | Maratona | Ouro |
Rosa Mota | Maratona | Bronze | |
António Leitão | 5.000 m | Bronze | |
1988 | Rosa Mota | Maratona | Ouro |
1996 | Fernanda Ribeiro | 10.000 m | Ouro |
2000 | Fernanda Ribeiro | 10.000 m | Bronze |
2004 | Francis Obikwelu | 100 m | Prata |
Rui Silva | 1.500 m | Bronze | |
2008 | Nelson Évora | Triplo salto | Ouro |
2020 | Pedro Pichardo | Triplo salto | Ouro |
Patrícia Mamona | Triplo salto | Prata |
As 12 medalhas no atletismo foram conquistadas por 9 atletas em 6 disciplinas:
Carlos Lopes (2), Rosa Mota (2), Fernanda Ribeiro (2) e os restantes com uma.
Por disciplina, temos o triplo salto (3), maratona (3), 10.000 m (3), 5.000 m (1), 1.500 m(1) e 100 m (1).
Medalhas em apenas 9 modalidades
Apenas 9 modalidades contribuíram para o medalheiro português. Dessas 9, temos que a esgrima e a equestre só o fizeram entre 1924 e 1948. Depois de 1974, para além do atletismo (12), tivemos apenas o judo (3), a canoagem (2), a vela, o ciclismo e o triatlo, todas com 1.
Euforia com 4 medalhas em Tóquio
Os JO de Tóquio são assim com 4 medalhas, os mais medalhados de sempre, superando 1984 e 2004 com 3. Superou-se o objetivo previamente definido da conquista de 2 medalhas.
Parece haver uma grande euforia com estas 4 medalhas, particularmente nos órgãos do poder (o que se compreende…) mas também em vários órgãos da comunicação social.
No entanto, várias pessoas têm chamado a atenção para o facto de que há ainda muito a fazer. Entre elas, o presidente do Comité Olímpico de Portugal, José Manuel Constantino e Fernando Pimenta, medalhado na canoagem.
Como sabemos, Portugal é um dos países da Europa com menor percentagem de praticantes desportivos. E embora tenhamos dado um grande salto desde o 25 de Abril de 1974, ainda há muito a fazer, particularmente no desporto escolar. Boa parte do desporto nacional assenta nos clubes e na carolice dos seus dirigentes.
Conquistámos 28 medalhas em 16 edições. Só a Holanda com 17,3 milhões de habitantes, conquistou 36 em Tóquio! Podemos ainda comparar Portugal em Tóquio com países com uma população semelhante ou inferior à nossa:
Nova Zelândia (4,9 milhões hab.) – 19 medalhas
Hungria (9,77 milhões.) – 20
Cuba (11,33 milhões) – 15
Suíça (8,5 milhões) – 13
Dinamarca (5,8 milhões) – 11
Suécia (10,23 milhões) – 9
Áustria (8,9 milhões) – 7
Os JO de Paris são já em 2024. Esperemos que as chamadas de atenção do Comité Olímpico de Portugal e de outras personalidades entendidas na matéria, sejam devidamente tomadas em conta por quem decide.
Pedro Pichardo é português!
A terminar, não podemos deixar de lamentar as afirmações de Nelson Évora sobre Pedro Pichardo. Nelson Évora não digeriu bem a rápida nacionalização de Pichardo, comparando-a com a sua situação que demorou anos a regularizar. Não gostou de ver Pichardo a ser o novo recordista nacional e passar a ser o melhor saltador nacional do triplo?
O próprio José Manuel Constantino revelou ontem em conferência de imprensa, ter chamado a atenção de Nelson Évora para o seu comportamento numa conversa tida entre eles. Évora terá apoiado e dado instruções a um adversário de Pichardo na final do triplo. Lamentável o comportamento de um atleta que tantas medalhas e alegrias deu a todos nós.
Para criticar a nacionalização de Pichardo, Évora também devia fazê-lo por exemplo, com as atletas olímpicas portuguesas Auriol Dongmo e Lorène Bazolo. Os tempos mudaram, são inúmeros os países que procedem a nacionalizações de atletas com um rico curriculum desportivo. Dos Estados Unidos à Turquia! Na maratona masculina por exemplo, tivemos nos cinco primeiros classificados, três europeus, dois nascidos na Somália e um em Marrocos. Pichardo, tal como Bazolo e Dongmo, entre tantos outros imigrantes que escolheram o nosso país para viver, são portugueses, ponto final. É um orgulho vê-los entre os melhores atletas mundiais a representar o nosso país.
O Comité Olímpico de Portugal esteve muito bem ao conceder a Pichardo o porta-estandarte na Cerimónia de Encerramento dos Jogos. Foi uma bonita e justa decisão.