Duas finais de lançamento do peso do Europeu de pista coberta bem positivas para Portugal esta tarde, na Polónia: Auriol Dongmo ganhou categoricamente, embora com um susto ao 5º ensaio, e Francisco Belo bateu o recorde nacional, chegou a liderar mas acabou quarto (como há dois anos), a escassos três centímetros do pódio.
Portugal conseguiu a primeira das duas esperadas medalhas de ouro do Europeu de pista coberta, através de Auriol Dongmo, que confirmou amplamente ser a melhor lançadora de peso mundial da atualidade, com nada menos de quatro lançamentos acima de 19 metros. No entanto, houve sensação no 5º ensaio, quando a sueca Fanny Roos surpreendeu tudo e todos, ao lançar 19,29 passando para a frente, melhorando em nada menos de 44 cm o seu recorde pessoal desta época (18,85) e em 23 cm o seu recorde de ar livre (19,06)! Mas Auriol Dongmo não se perturbou e logo a seguir reestabeleceu a hierarquia com o tal lançamento de 19,31, a sua segunda melhor marca de sempre, depois do recorde de 19,65. Após um nulo inicial, a atleta portuguesa de origem camaronesa lançou sucessivamente a 19,21, 19,07 e 19,08, mantendo uma (larga) vantagem de meio metro sobre a segunda, alemã Christina Schwanitz, que se confirmava como a segunda melhor. Até que, no 5º ensaio, Fanny Roos melhorava de 18,59 para 19,29, colocando-se na frente… por breves minutos. Dongmo, que nos anteriores lançamentos, nunca pareceu satisfeita com as marcas alcançadas, respondeu com categóricos 19,34. No último ensaio, Roos fez nulo e, já campeã, uma emocionada Dongmo ficou aquém do seu habitual e anulou o ensaio. Com quatro dos cinco melhores ensaios da prova, só ela merecia o título.
No último ensaio, a bielorussa Aliona Dubitskaya, com 18,86, remeteu a alemã Schwanitz para a 4ª posição, mas esta reagiu de pronto, com 19,04, fechando assim o pódio.
Na prova masculina, Francisco Belo começou com um nulo, mas no 2º ensaio chegou ao recorde nacional, com 21,28 (mais um centímetro que Tsanko Arnaudov em 2018) e subiu à liderança da prova. No entanto, foi ultrapassado no ensaio seguinte (3º) pelo croata Filip Mihaljevic (21,31) e pelo polaco Michal Haratyk (21,33). No 5º ensaio, o checo Tomas Stanek garantiu a vitória, com 21,62, e afastou o português do pódio. Francisco Belo ainda fez 20,96, 20,82 e dois nulos. Excelente concurso e com o pódio tão perto…
Uma terceira presença portuguesa nas finais foi menos feliz. Mariana Machado ainda aguentou na cauda do pelotão, mas colada, até aos 1000 m (2.59,27), mas cedeu depois, passando aos 2000 m em 6.06,87 e terminando em 9.19,61, bem longe do recorde sub’23 da véspera (8.59,39). Foi 11ª e última. A holandesa Maureen Koster, uma das candidatas à vitória, caiu na parte final e desistiu. A chegada foi emocionante, com três atletas separadas por 17 centésimos e vitória para a britânica Amy-Eloise Markovic (8.46,43), à frente da francesa Alice Finot (8.46,54) e de outra britânica, Verity Ockenden (8.46,60), todas com recordes pessoais.
As outras finais do dia:
Pentatlo (F): Excelente prova da belga Nafissatou Thiam, que foi primeira em três das cinco provas, com 1,89 em altura, 15,16 no peso e 6,60 no comprimento, fazendo ainda 8,31 nas barreiras e 2.18,00 nos 800 m. Somou 4904 pontos, batendo o recorde pessoal por 34 pontos e passando a liderar o ranking mundial do ano.
Comprimento (M): O grego Miltiadis Tentoglou conseguiu 8,35 a abrir (melhor marca mundial do ano) e só fez mais dois saltos (ambos nulos). Mas apenas o sueco Thobias Montler, com um recorde nacional de 8,31 no 3º ensaio, se aproximou. Fechou o pódio o finlandês Kristian Pulli, também com recorde pessoal (8,24), a fechar o concurso.
1500 metros (M): O norueguês Jakob Ingebrigtsen andou sempre na frente e venceu categoricamente mas, no final, foi desclassificado por pisar o interior da pista. E o triunfo acabou por ir para o polaco Marcin Lewandowski, que assim conseguiu o seu terceiro título consecutivo de 1500 m. Gastou 3.38,47 e derrotou dois espanhóis, Jesus Gomez (3.38,47) e Ignacio Fontes (3.39,66).