A Australian Sports Commission recomendou limites nos níveis de testosterona para atletas transgénero de elite, como parte das suas novas diretrizes de inclusão.
Essas diretrizes publicadas pela principal autoridade desportiva da Austrália, e que não são obrigatórias por permitirem alguma autonomia às Federações Nacionais, foram aplaudidas por alguns atletas trans.
O documento do órgão governamental sugere que nas modalidades em que a supressão hormonal é requisito para participar da categoria feminina, o nível de testosterona – sob supervisão médica e controles contínuos- não ultrapasse 2,5 nanomoles por litro nos 24 meses anteriores à competição.
Este nível que está dentro do intervalo feminino “cientificamente compreendido para os atletas de elite”, oferece uma pequena margem de “segurança” para os desportistas transgénero.
Os níveis recomendados estão acima de 1,7 nanomoles por litro, que é o nível registado por 95% das pessoas submetidas à terapia de supressão hormonal.
A Comissão também esclareceu que as diretrizes sobre os níveis de testosterona podem variar em modalidades que não são “explosivas”, onde elas têm mais liberdade para definir faixas adequadas para a sua disciplina, embora devam tornar públicas essas medições.
As diretrizes australianas, em consonância com as do Comité Olímpico Internacional (COI), também esclarecem que não está descartada a possibilidade de “certos atletas” serem restringidos ou excluídos se for “claramente” demonstrado que eles têm uma “vantagem injusta e desproporcional”.