Foram uns campeonatos modestos, com escasso número de concorrentes, ainda para mais, divididos por seis pistas. Fruto das limitações anteriores do confinamento e daquelas que (algo exageradamente) se mantiveram nestes campeonatos. Valeram algumas proezas individuais:
– O recorde nacional de juvenis de Sisínio Ambriz no comprimento, com 7,46 (v:+1,0 m/s), já 6º júnior nacional de sempre, apesar de ainda ser juvenil de 1º ano; o recorde dos campeonatos manteve-se (por 2 cm…) na posse de Oleksander Lyashenko em 2015;
– O recorde dos campeonatos por parte do madeirense João Pedro Buaró, que passou 5,10 na vara (mais 15 cm que a sua marca de 2018) e conquistou o seu terceiro título júnior consecutivo;
– Os também terceiros títulos consecutivos de Mariana Pestana no martelo e de Bárbara Bica no dardo;
– A conservação dos títulos de 2019 por parte de Rui Corvelo (100 m), Rogério Amaral (agora nos 3000 m, em 2019 nos obstáculos), Rita Figueiredo, ainda juvenil (800 m), Bárbara Neiva (obstáculos) e Juliana Guerreiro (400 bar.), para além dos já citados “tri-vencedores”; Beatriz Andrade repetiu os títulos de 100 e 200 m conquistados em 2018;
– Os títulos juniores de Tiago Nunes (disco), Pedro Dias (marcha), Rita Figueiredo (800 m) e Lurdes Oliveira (comprimento) no dia a seguir a terem sido campeões nacionais de juvenis.
Para além de Ambriz e Buaró no setor masculino, há a salientar os 11,89 (v:+1,7) de Beatriz Andrade nos 100 metros, marca que no entanto ainda fica aquém dos seus 11,82 de 2018. Comparativamente à época passada, apenas 4 dos campeões masculinos e 3 dos femininos fizeram agora melhor (na altura feminina houve igualdade de marca), contra 11 marcas piores nos rapazes e 12 nas raparigas (os 200 m masculinos não podem ser comparados devido ao vento). A nível dos terceiros classificados, o panorama é idêntico, com larga superioridade de 2019: 4-12 nos rapazes; 3-13 nas raparigas (três provas não são passíveis de comparação).
Para atenuar um pouco essa fraqueza de marcas, há a registar o facto de bem mais de metade das atletas femininas campeãs e medalhadas ainda continuarem juniores em 2021 e de perto de metade dos rapazes estarem na mesma situação. No setor feminino, 12 das 19 campeãs ainda são juniores de 1º ano (7) ou juvenis (5), tal como 42 das 57 medalhadas (18 ainda juvenis). No masculino, 10 dos 19 campeões são juniores de 1º ano (6) ou juvenis (4), tal como 26 dos 57 medalhados (11 juvenis).
Vamos esperar que tudo se normalize na próxima época e não volte a haver um campeão com 14,41 nas barreiras, com vento a +3,6 m/s numa pista, contra um outro atleta que, noutra pista, gastou 14,43 mas com vento a +0,7 m/s. Os títulos nacionais devem ser encontrados em despiques diretos e a situação atual do país não o impediria…
Aconteceu nos 400 m barrreiras masculinos o meso que sucedeu nos 100 m barreiras. Na Maia, Bernardo Moreira, sem posição teve vento de seis metros por segundo… e o título foi para Lisboa. Já agora
Há mais casos mas menos nítidos, como é este. Nos 400 m barreiras a influência do vento é menor (sopra a favor de um lado e contra noutra, embora o saldo seja negativo) e a diferença para o vencedor ainda foi superior a um segundo. De qualquer forma, o problema é de base: o princípio é que está errado.
PS: Nas provas de meio-fundo, nuns casos há adversários que impõem ritmo, noutros não, por exemplo.