O sprinter canadiano Ben Johnson ficou na história do atletismo por más razões quando venceu a final dos 100 m dos JO de Seul 1998 e dias depois da prova, viu a sua amostra de urina dar positivo para o esteroide estanozolol, perder o seu ouro olímpico e seri suspenso por três anos. Embora Johnson tenha competido durante um período sujo no atletismo, o ex-campeão mundial acha que a modalidade é hoje mais suja do que era há 30 anos.
Numa entrevista dada recentemente à Rádio Jamaica, Johnson, agora com 62 anos, disse acreditar que não mudou muita coisa desde a sua época até agora, e que não está surpreendido ao ver tantas violações de doping no atletismo. “Se não fosse pelas nações mais poderosas serem derrotadas no seu próprio jogo, o doping não seria um grande problema”, disse Johnson.
A IAAF (agora World Athletics) baniu para sempre Johnson em 1993, depois de ele ter acusado novamente doping, dessa vez por excesso de testosterona.
Johnson acredita que países como a Jamaica estão a superar o seu peso com a sua rivalidade no sprint contra os Estados Unidos. “Na minha época, os americanos não gostavam que alguém de uma pequena ilha os vencesse”, disse ele. “A oportunidade de se sair bem e ganhar a vida no atletismo é difícil. Os americanos culpam os outros, mas também se drogam.”
A final dos 100 m olímpicos de 1988 foi considerada a corrida mais suja de todos os tempos, já que seis dos oito finalistas tiveram um teste antidoping positivo em algum momento das suas carreiras. O medalhado de bronze, o norte-americano Calvin Smith, foi o único sprinter entre os cinco primeiros que nunca teve um teste positivo.