Não houve surpresas no Nacional da I Divisão que este domingo terminou em Braga com vitórias convincentes do Benfica, que ganhou 15-6 nos despique diretos com o Sporting no setor masculino e, beneficiando da desclassificação de Jordin Andrade nos 400 m barreiras, concluiu o campeonato com folgados 19 pontos de vantagem, e do Sporting que, não fora a não qualificação de Marta Onofre na vara (começou a 4,00 e não passou), igualaria o recorde de pontuação no campeonato feminino, somando, tal como em 2012 e 2016, um total de 164 pontos dos 168 possíveis desde que existe a atual fórmula de oito equipas (em 1987). Na luta pelos restantes lugares no pódio, destaque para a estreia do SC Braga no 3º lugar masculino, oito pontos à frente da J. Vidigalense (há um ano, os minhotos já haviam sido terceiros, mas acabaram por ser penalizados pela posterior desclassificação, por doping, de Ricardo Jaquité). No setor feminino, houve luta acesa até final pelo segundo lugar entre Benfica e J. Vidigalense, com igualdade final na pontuação (113 p.) e desempate a favor do Benfica, que teve duas vitórias individuais (3000 m e vara) contra nenhuma da equipa leiriense. Benfica que, aliás, surpreendeu em algumas opções na formação da equipa: Marta Pen apenas correu – e ganhou – os 3000 m; Marisa Carvalho e Patrícia Silva só competiram no 2º dia; Dulce Félix nem isso…; nos 200 m nem Rivinilda nem Tamiris alinharam…
Benfica muito superior
No 2º dia, o Benfica ganhou oito das 11 provas masculinas (contando com os 400 m barreiras) e superou o Sporting em mais uma (800 m). Os “leões” limitaram-se a duas vitórias. A surpresa deu-se nos 800 metros, ganhos por Wilson Conniott (Jardim da Serra), que tinha o quinto tempo entre os oito concorrentes e acabou folgado vencedor em 1.53,86, mais de três segundos à frente de Nuno Pereira, do Estreito (outro madeirense!). E, nesta corrida muito tática, só depois apareceram o benfiquista João Fonseca (1.56,97) e o sportinguista Sandy Martins (1.57,30). As vitórias do Sporting deram-se nos 200 m, com Carlos Nascimento a melhorar o recorde pessoal de 21,24 para 21,05, derrotando Vítor Ricardo Santos por um centésimo (v:+0,7), e nos 4×400 m, com bons 3.10,43, bem à frente do Benfica (3.14,75). O Sporting ganhara também os 400 m barreiras, através de Jordin Andrade (50,95), mas foi posteriormente desclassificado, sendo a vitória atribuída ao benfiquista Diogo Mestre (51,10).
Para além deste (inesperado) triunfo, o Benfica confirmou o favoritismo nas restantes seis provas e ganhou ainda o disco, através de Francisco Belo (56,54), bem à frente de Edujose Lima (53,70) naquele que se previa um despique muito cerrado. No triplo, Nelson Évora esteve ausente e Pedro Pichardo limitou-se ao mínimo (17,21 no terceiro ensaio e já nem fez o quarto). Nos 110 m barreiras, o Benfica apresentou o brasileiro João Oliveira, que derrotou Rasul Dabo (13,91-14,28) e Paulo Neto (J. Serra), que bateu o recorde pessoal de 14,42 para 14,35. Vitória bem difícil de André Pereira nos obstáculos: 9.02,11 contra 9.02,80 de Fernando Serrão. Ao invés, Rui Pinto (8.13,81) ganhou os 3000 m com boa vantagem sobre o sportinguista Nuno Lopes (8.20,52). António Vital Silva ganhou naturalmente o martelo, com (70,93 (e três dos quatro ensaios acima dos 70 m), contra 65,57 de Miguel Carreira. E Paulo Conceição conseguiu a melhor marca nacional da época na altura (2,15), tentando depois 2,20 (um ensaio) e… 2,26 (dois)! Nelson Pinto passou 2,07.
Sporting avassalador
Grande domínio do Sporting no setor feminino, no qual só não ganhou quatro das 21 provas e uma delas devido à falha de Marta Onofre na vara. Na 2ª jornada, Marta Pen (Benfica) ganhou os 3000 m a Salomé Rocha (9.10,29-9.30,48) e Beatriz Batista (Benfica) foi uma inesperada vencedora do salto com vara, com 3,45. Entre as sportinguistas, destaque para Patrícia Mamona, que voltou a passar os 14 metros no triplo, igualando os 14,19 de cinco dias antes, em França, e tendo ainda outro ensaio a 14,09. A melhor prova da tarde foi a de 800 m, ganha por Salomé Afonso (2.08,64), seguida de Joceline Monteiro (2.08,92), Patrícia Silva (2.09,12) e Mariana Machado (2.10,04). De resto, tudo normal nos triunfos de Lorène Bazolo nos 200 m (23,60), Olímpia Barbosa nos 100 m barreiras (13,80) – 14,07 para Marisa Carvalho -, Andreia Crespo nos 400 m barreiras (58,96), Jéssica Inchude no peso (16,45), Jéssica Barreira no dardo (45,49) e da equipa do Sporting nos 4×400 m (3.35,95).
Classificações coletivas
No setor masculino, o Estreito foi 5º, com 74 pontos (já longe da J. Vidigalense, que somou 97), seguido do CA Seia (69), Jardim da Serra (64) e Srª Desterro (50).
Na I Divisão feminina, o SC Braga foi 4º, a sete pontos de Benfica e J. Vidigalense e foi cerrada a luta pelo 5º lugar entre duas formações madeirenses, Jardim da Serra (84) e Estreito (83). Seguiram-se Grecas (58) e Marítimo (48).
Amanhã apreciaremos mais detalhadamente a atuação destas equipas.