(Foto FPA)
Não houve surpresas e não chegou a haver emoção no Nacional da I Divisão, realizado em Braga. O Benfica, que ganhou todas as seis provas do 2º dia, foi folgado (11 pontos) campeão masculino, somando um total de dez vitórias e três segundos lugares e superiorizando-se ao Sporting por 10-3 nos despiques diretos. O Sporting foi campeão feminino com 18 pontos de vantagem sobre o SC Braga, ganhando um total de dez provas e sendo ainda segundo em duas e terceiro numa outra.
Na competição masculina, o Sporting foi naturalmente segundo, com 90 pontos, cedendo especialmente nos 400 m (4º) e nos 4×400 m (4º). Na luta pelo 3º lugar, o SC Braga (54 p.) suplantou a J. Vidigalense (51 p.) após luta bem equilibrada (7-6 nos despiques diretos).
No campeonato feminino, sem o Benfica, o SC Braga ascendeu ao 2º lugar, com 82 pontos, bem à frente da J. Vidigalense (66 p.).
Classificações finais:
Masculinos: 1º SL Benfica, 101; 2º Sporting CP, 90; 3º SC Braga, 54; 4º J. Vidigalense, 51; 5º CA Seia, 46; 6º Grecas, 45; 7º Assoc. Jardim da Serra, 41; 8º Maia AC, 40.
Femininos: 1º Sporting CP, 100; 2º SC Braga, 82; 3º J. Vidigalense, 66; 4º Assoc. Jardim da Serra, 57,5; 5º ADR Água de Pena, 52; 6º Grecas, 40; 7º GA Fátima, 37; 8º AC Póvoa Varzim, 29,5.
Vejamos, prova a prova, o que de mais relevante aconteceu:
Masculinos:
60 m barreiras: Vitória segura de João Vítor Oliveira (SLB), com 7,87, sobre Rasul Dabó (SCP), que gastou 8,02. Rafael Correia (JV) garantiu o 3º lugar (8,22).
800 metros: Novo despique (como nos 1500 m de sábado) entre Isaac Nader (SLB) e Paulo Rosário (SCP), com novo triunfo do benfiquista mas desta vez com mais facilidade… que até deu para festejar longe da meta: 1.52,80 contra 1.54,68 de Paulo Rosário, mais à vontade em distâncias mais longas.
3000 metros: Samuel Barata (SLB) liderou sempre mas teve de haver-se com o ataque final de Fernando Serrão (SCP), respondendo bem e ganhando com 8.09,68, contra 8.10,83 do sportinguista e 8.11,88 de Hugo Almeida (SCB).
Triplo: Vitória natural de Pedro Pichardo (SLB), com 17,00 no 3º ensaio, face a Nelson Évora (SCP), que se ficou pelos 16,27. Carlos Veiga (SCB) foi terceiro (15,76).
Peso: Tsanko Arnadov (SLB) confirmou o seu amplo favoritismo e fez uma prova em crescendo (19,55-19,97-20,32-20,59) com uma marca final que é a sua segunda do ano. Marco Fortes (SCP) foi natural segundo, com 17,18, superando Daniel Santiago (JV) que bateu o recorde pessoal de pista coberta, com 16,67, subindo a nono de sempre.
4×400 metros: Vitória folgada do Benfica (João Coelho, Mikael Jesus, Mauro Pereira, Raidel Acea), que dominou desde o primeiro percurso e terminou em 3.15,09, a quarta marca nacional de sempre. Surpreendentemente, Grecas (3.23,50) e CA Seia (3.24,54), na série B, fizeram melhor que o Sporting, segundo na série principal (3.24,55)! A J. Vidigalense, que deixara cair o testemunho (o qual se enfiou por um buraco por baixo da pista!), pôde correr (sem adversários) posteriormente, mas acabou por fazer o pior tempo entre as oito equipas.
Femininos:
60 m barreiras: Olímpia Barbosa (SCP) não precisou de dar o máximo para ganhar (8,44) folgadamente. Bom despique para o 2º lugar entre Elisabete Silva (ADRAP), com um recorde pessoal de 8,88, e Raquel Lourenço (JV), com 8,93.
800 metros: A romena Cláudia Bobocea (SCP) voltou à pista mas desta feita ganhou com 2.06,51, bem à frente de Carla Mendes (SCB), que gastou 2.07,69. Andreia Pingueiro (JV) foi distante terceira (2.12,86).
3000 metros: Mariana Machado (SCB) juntou o triunfo ao da véspera nos 1500 m, tendo gasto 9.19,05, contra 9.22,23 de Joana Soares (AJS), a quem derrotou na última volta. Ana M. Ferreira foi a representante do Sporting, sendo terceira, com 9.27,82.
Vara: Marta Onofre (SCP) passou à primeira 3,95 e 4,20, falhando depois as três tentativas a 4,40. Andreia Grácio (JV) foi segunda, com 3,50.
Triplo: Um só ensaio válido (com 13,86) chegou para Patrícia Mamona (SCP) confirmar o seu amplo favoritismo. Recorde pessoal de pista coberta para Ana M. Oliveira (GAF), que passou a ser nona portuguesa de sempre, com 13,05. Shaina Mags (SCB) foi terceira (12,83).
Peso: Auriol Dongmo (SCP) culminou o concurso com nova marca acima dos 18 metros (17,11-17,22-17,70-18,08), nada menos de cinco metros (!) adiante da segunda, Inês Carreira (JV), que bateu o recorde pessoal, com 13,08.
4×400 metros: Larguíssima (quase 20 segundos!) vantagem do Sporting (Vera Barbosa, Dorothé Évora, Juliana Guerreiro, Cátia Azevedo) que, mesmo assim, bateu o recorde nacional de clubes, com 3.37,70, bem abaixo dos 3.41,54 que outra equipa do clube detinha desde 2016. Apenas a seleção nacional, com 3.35,54, tem melhor. A Juventude Vidigalense (3.56,89) derrotou o SC Braga (3.57,35) na luta pelo 2º lugar.
Casa do Benfica de Faro (M) e GR Eirense (F) campeões da II Divisão
A equipa masculina da Casa do Benfica de Faro, repetindo o título da época passada, e a feminina do GR Eirense, sagraram-se campeões nacionais da II Divisão. Grande equilíbrio na competição feminina e vitória folgada da formação algarvia na masculina.
Grande emoção no sector feminino até à última prova. Três equipas estavam separadas apenas por ponto e meio. O GR Eirense, ao ganhar, destacadamente (4.30,11), os 4×400 m, assegurou o título, com 73,5 pontos, mais ponto e meio que o Maia AC (3º na estafeta) e mais dois que o Srª Desterro (2º na estafeta). Na 2ª jornada, o Maia AC ganhou, destacado, as duas provas de meio-fundo, através de Beatriz Pereira (2.19,05 nos 800 m) e de Maria Carvalho (10.20,23 nos 3000 m), e ainda o salto com vara, por Sofia Carneiro, com 3,61. Para além da estafeta, o GR Eirense triunfou no triplo (Suzana Cruz 11,37). A prova de 60 m barreiras foi ganha por Maria Santos (CF Oliv. Douro), com 8,93.
Na competição masculina, depois de uma primeira jornada muito equilibrada, a Casa do Benfica de Faro destacou-se este domingo, ganhando quatro das sete provas e terminando com um total de 74 pontos, mais 11 que a formação madeirense da ADR Água de Pena, que por sua vez ganhou por ponto e meio à equipa dos 20 Km de Almeirim.
Individualmente, destaque para Danilo Almeida, que juntou a vitória no triplo à do comprimento, na véspera, com um recorde pessoal de 15,22. Outras vitórias da Casa do Benfica foram conseguidas nos 60 m barreiras, por Luciano Lima (8,48), na altura, por Denys Vatamanyuk (1,94), e nos 4×400 m, com 3.21,78. Boa prova de Miguel Mascarenhas (20 Km Almeirim), vencedor dos 800 m em 1.53,50, enquanto Rogério Amaral (Sobral Ceira) ganhou os 3000 m em 8.30,36. Aos 48 anos (!), Luís Herédio Costa (Srª Desterro) ganhou, destacado, o peso, com 14,07.
É triste um clube com a grandeza do Benfica não competir em femininos.
E uma falta de respeito para com as atletas.