O Benfica, com vitórias em todas as provas masculinas, e o Sporting, que ganhou sete das nove femininas, confirmaram a sua larga superioridade na jornada matinal do Nacional da I Divisão que se está a realizar (em conjunto com as II e III) em seis pistas do Continente e Ilhas e que prossegue a partir das 16 horas. O ponto alto desta manhã foi o recorde nacional sub’23 alcançado pela sportinguista Cláudia Ferreira, que lançou o dardo a 54,66, melhorando o antigo recorde de Sílvia Cruz, com 54,43 em 2001.
No setor masculino, o Benfica ganhou todas as provas, mesmo aquelas sobre as quais residiam dúvidas: no martelo, António Vital Silva, com 66,19 (e 66,03) derrotou Rúben Antunes (65,76); nos 100 m, Frederico Curvelo (10,54) venceu Dorian Keletela (10,56) – vento:+1,3 m/s; e nos 800 metros José Carlos Pinto derrotou Nuno Pereira por milésimos de segundo (1.51,80 para cada) mas os pontos coletivos foram divididos. Destaque ainda para o recorde pessoal de João Coelho nos 400 m (de 47,09 para 46,81), subindo a 3º sub’23 de sempre; para o recorde pessoal de Samuel Barata nos 3000 m (8.01,05), deixando o sportinguista Miguel Marques bem longe (8.25,93); para os 5,20 de Diogo Ferreira na vara (tentou depois 5,30); e para os 20,75 de Tsanko Arnaudov, a dois centímetros do seu melhor da época. Sem Nelson Évora (Tiago Pereira substituiu-o, com 16,36), Pedro Pichardo limitou-se a dois saltos no triplo (16,77 e 16,93/+1,9). E nos 110 m barreiras João Oliveira foi natural vencedor com 14,17 (v:+1,0), enquanto o Sporting caiu para terceiro, pois Paulo Neto (J. Serra), com 14,31 (v:+2,0), fez melhor que Rasul Dabo, 14,43 (+1,0).
O Benfica soma 71,5 pontos, contra 62,5 do Sporting. Na luta pelo 3º lugar, a J. Vidigalense leva vantagem, com 38,5 pontos, contra 34 do SC Braga e 32,5 do Jardim da Serra e 32 da Casa do Benfica de Faro. Fecham a classificação Grecas (29 p.) e Água de Pena (24 p.).
No setor feminino, o Sporting falhou vitórias apenas nos 3000 m, com Marta Pen (Benfica), 9.11,28, bem à frente de Sara Moreira, 9.20,07; e nos 800 m, prova ganha por Carina Gomes, Benfica (2.10,89), seguida de Carla Mendes, SC Braga (2.11,04) e de Rita Figueiredo, Sporting (2.11,92), que substituiu Salomé Afonso, que deverá correr os 1500 m esta tarde. Vitória algo inesperada de Lorène Bazolo, com 11,39 ventosos (+2,8 m/s), sobre a benfiquista Arialis Martinez (11,42) e triunfos naturais e folgados de Cátia Azevedo nos 400 m (53,03), Olímpia Barbosa nos 100 m barreiras (13,71/+1,7), Anabela Neto na altura (1,82) e Evelise Veiga no último ensaio do comprimento (6,41/+0,9), ultrapassando Lucinda Gomes, GD Estreito (6,09/+1,4). Irina Rodrigues vai a caminho do triunfo no disco, com 58,06 (ainda não competiram as atletas dos clubes madeirenses).
O Sporting lidera claramente com 61 pontos, contra 49 do Benfica (apenas 5º na altura e no dardo). Acesa luta pelo 3º lugar entre SC Braga (39 p.) e J. Vidigalense (38 p.). Seguem-se J. Serra (32), Estreito (31), Água de Pena (21) e Grecas (17).
Na II Divisão, GD Estreito lidera no setor masculino, com 50,5 pontos, apenas mais dois que a AC Póvoa de Varzim. No feminino, o GR Eirense soma 52 pontos, contra 49 do GA Fátima. Individualmente, destaque para João Pedro Buaró, Estreito (5,00 na vara, antes de tentar 5,15), com a 2ª marca do dia no conjunto das três divisões; Ana Oliveira, GA Fátima, também com a 2ª marca na altura (1,70), e, com a terceira marca da manhã, Dário Manso (AC P. Varzim) no martelo (59,89).
Na III Divisão comandam GR Eirense, com sete pontos de vantagem no setor masculino, e UFC Tomar, com quatro no feminino. Destaque individual para Wilson Pedro (CA Bª Banheira), com a terceira marca do dia nos 100 m (10,82).
Finalmente, um episódio elucidativo. A Federação voltou a não considerar os desempates previstos nos regulamentos do atletismo, nomeadamente nos saltos: atletas com a mesma marca, mesmo que conseguida em ensaios diferentes, ficavam igualados e os pontos das equipas divididos. Em Lisboa, Carlos Pitra (Sporting) falhou dois ensaios a 4,80, enquanto Diogo Ferreira (Benfica) passou a fasquia à 2ª tentativa. Numa prova normal, Pitra, em desvantagem mesmo que passasse a fasquia, deixaria o terceiro ensaio para a altura seguinte. Mas, nesse caso, teria toda a vantagem em tentar o 3º ensaio pois, se passasse, igualaria Diogo Ferreira e teria depois três ensaios nos 4,90, em vez de apenas um. Mas, certamente por não saber nem ter sido avisado desta “inovação” federativa, prescindiu mesmo do terceiro ensaio a 4,80 e acabou por falhar no único com que ficou nos 4,90.
É de esperar que na próxima época, com ou sem limitações devido a um qualquer Covid (espera-se que não…) acabem estas (e outras) tristes invenções…