Usain Bolt, o homem mais rápido da história e detentor dos recordes mundiais dos 100 e 200 metros, concedeu uma entrevista ao jornal italiano La Gazetta dello Sport, em que analisou a situação provocada pelo coronavírus e as possíveis evoluções na modalidade.
Bolt criticou também outra lenda do atletismo, Carl Lewis, que afirmou que o atletismo atual está todo mal. “Nunca me converterei num ex-atleta que se queixa de tudo, comparando-o com o passado. Todas as disciplinas devem evoluir a seu tempo e adaptar-se aos gostos e necessidades dos atletas, espetadores e meios de comunicação. Os atletas também devem evoluir, claro”.
O jamaicano destacou a necessidade de surgirem novos formatos para revitalizar a modalidade e deu como exemplo, o evento Nitro Athletics. “Participei há anos na Austrália e era uma nova forma de disputar a nossa disciplina com provas por equipas. Todos os participantes disseram que era o evento mais divertido em que haviam participado. Geralmente, não segues todas as modalidades ma quando há pontos em jogo para a equipa, implicas-te mais. O atletismo segue sendo um desporto individual mas há que desenvolver esta ideia”.
Bolt também aproveitou para esclarecer os rumores sobre o seu possível regresso ao tartan nos Jogos Olímpicos de Tóquio. “Não conhecia tal rumor sobre o meu regresso… Nunca pensei num regresso em 2020 e tão pouco tenho intenção de voltar a competir em 2021. Estou desfrutando da minha reforma”.
O jamaicano analisou a situação atual do seu país acerca da pandemia do coronavírus. “Em comparação com outros países, a situação é menos dramática. Temos 550 contágios e nove mortes. O Covid-19 está também a prejudicar a nossa economia, já que o turismo não funciona devido às restrições em viajar. As escolas estão fechadas, as pessoas estão em teletrabalho e adiaram-se ou cancelaram-se os eventos desportivos. Temos um toque de recolher entre as oito da tarde e as seis da manhã”.
Bolt falou também da sua foto original a cortar a meta destacado, para promover o respeito da distância social para evitar possíveis contágios. “Foi uma ideia do meu manager e amigo NJ Walker. Pareceu-me divertido e que as pessoas iam apreciá-la. Em tempos como estes, é importante manter uma atitude positiva. Só queria ser alguém ligeiro capaz de sorrir. Ninguém deveria sentir-se ofendido”.