O C.C.D. Leões da Floresta está localizado na Covilhã e a origem do seu nome tem a ver com o Conde Calheiros que vivia numa floresta. António Santos é o presidente deste clube que tem 800 sócios e 53 atletas filiados, alguns deles internacionais.
O C.C.D. Leões da Floresta está localizado na Covilhã e foi fundado em 8 de Abril de 1954. A sua fundação está ligada a um grupo de jovens que quiseram participar num campeonato de futebol de 11 que se disputava na Covilhã. Dirigiram-se à mansão do Conde Calheiros que se situava na floresta anexa à cidade, pedindo-lhe apoio para a compra dos equipamentos. Viram o pedido ser satisfeito mas com uma condição: o clube passava a chamar-se “Leões da Floresta”.
Começar a noite na sede dos Leões da Floresta
António Jerónimo Gomes Santos é o atual presidente deste clube que tem 800 sócios que pagam apenas 6 euros anuais de quotas, com os reformados a pagarem metade.
O C.C.D. Leões da Floresta tem a sua sede com três andares que além de frequentada pelos sócios e covilhanenses, é o ponto de partida para a noite académica dos alunos da Universidade da Beira Interior.
O clube tem cinco secções em funcionamento que movimentam cerca de cem pessoas. São elas o Tiro (única equipa federada na região), Poll (vertente de snooker) onde a equipa tem sido campeã distrital nos últimos anos, Xadrez, BTT e o Atletismo.
53 atletas em dois anos
A Secção de Atletismo foi fundada em 2015 e Amaro Teixeira é o seu responsável e treinador. Tem 53 atletas filiados e a aposta na formação é uma hipótese em análise para a próxima época desportiva. A maior parte dos atletas participam em provas de pista, estrada e de montanha. As condições de treino são razoáveis, utilizando para além da estrada, o Complexo Desportivo da Covilhã.
A Direção organiza a Tradicional Corrida de S. Silvestre e o Meeting Cidade da Covilhã em Junho, que contam com cerca de 200 e 100 participantes respetivamente.
Orçamento de 5 mil euros
O orçamento da Secção ronda os 5.000 euros e quanto a apoios, eles são manifestamente insuficientes para fazer face às despesas. A nível estatal, há apenas o apoio da Junta de Freguesia. Tem várias empresas a apoiar e as restantes receitas veem do bar arrendado e de alguns equipamentos de diversão e lazer.
Os apoios aos atletas passam pelas inscrições, transportes, equipamentos, alimentação e dormida quando necessário.
Reflexo das dificuldades financeiras, António Santos refere-nos a falta de equipamentos desportivos de treino e de recuperação, como sala de gelo, sala de fisioterapia etc…
CCD LEÕES DA FLORESTA
Concelho: Covilhã
Ano fundação: 1954
Presidente: António Santos
Sócios: 800
Atletas: 53 federados
Técnicos: 1
Orçamento: 5.000 euros
Atletas internacionais
O clube está muito satisfeito com a prestação dos seus atletas. Segundo António Santos, os Leões da Floresta já contam com internacionais nas suas fileiras. São a Inês Reis, na marcha atlética, que já obteve um 6º lugar na Taça da Europa na Geórgia em 2016 e um 8º lugar este ano na República Checa; o João Monteiro e o Francisco Serra no Desporto Adaptado (Anddi): o João já foi campeão do mundo de meia-maratona em Évora’2016 pela seleção de Portugal; o Francisco foi medalha de prata em marcha atlética na República Checa.
Quando o presidente dormiu no chão e correu quatro provas diferentes no mesmo dia!
Quanto a estórias, António Santos que é praticante de BTT, ciclismo e atletismo, conta-nos duas passadas com ele. A primeira, foi quando teve de dormir no chão num pavilhão antes de uma prova de Trail onde pernoitavam mais atletas de outros clubes também com dificuldades financeiras. A segunda, foi quando teve de correr quatro provas distintas em pista no mesmo dia em Pombal. “Acabei por me sagrar campeão distrital de estafeta absoluto aos 50 anos no meio de miúdos de 20!”
Mais apoio dos organismos estatais
A terminar, António Santos quis deixar uma mensagem dirigida aos organismos estatais, pedindo um maior apoio ao desporto amador mas com uma vertente competitiva, para assim estarem à altura das exigências das competições nacionais. Por outro lado, aos clubes com atletas internacionais, era muito importante o reconhecimento público.
São clubes como estes situados no interior do país que mantêm viva a chama do desporto amador.