A sul-africana Caster Semenya afirmou no canal alemão ARD o seu desejo de ser presidente da World Athletics, para “proteger os atletas”.
Em conflito há vários anos a World Athletcics devido aos seus altos níveis de testosterona, a bicampeã olímpica dos 800 m afirmou a sua vontade à ARD de: “desafiar as pessoas que não se preocupam com os direitos dos atletas. Compreendo a importância da modalidade. Não deveria ser sobre mim”, acrescentou Semenya. “Deveria ser uma questão de protegê-los e garantir que todos os atletas sejam tratados igualmente”.
Já em 2018, Semenya, que sofria de hiperandrogenismo (variação no desenvolvimento humano manifestada por altos níveis de hormónios masculinos), recusou-se a submeter-se às regras da World Athletics que exigiam que ela tomasse medicamentos para diminuir os níveis de testosterona que o seu corpo produz naturalmente.
Atormentada e prejudicada por este caso ao longo da sua carreira – nomeadamente privada de competir nos 800 m desde novembro de 2018 – Semenya, de 33 anos, quer provocar mudanças dentro do organismo mundial e, ao mesmo tempo, aumentar o número de mulheres líderes no desporto mundial. As próximas eleições da World Athletics decorrerão em 2027, quando o atual presidente Sebastian Coe, de 67 anos, no cargo desde 2015, já não poderá concorrer.
A sul-africana acredita que tem todas as hipóteses de vencer estas eleições: “É claro que posso obter apoio suficiente para isso. Quando alguém se candidata a um cargo público, precisa de ter uma visão. Não se pode fazer promessas durante a campanha eleitoral que não possa cumprir, que não sejam realizáveis ou que sejam irrealistas.”