Caster Semenya revelou, em entrevista à BBC Sport, que a luta contra a IAAF a prejudicou “física e mentalmente”. Depois de ter vencido os 800 metros da Liga Diamante no último domingo, a bicampeã olímpica nos 800 m em Londres 2012 e Rio de Janeiro 2016, destacou que merece respeito.
– “Nós somos todos humanos. Não importa qual a diferença que nós temos nos nossos corpos. Eu fui crucificada. Eu fui chamada de vários nomes. Mas eu continuo aqui, eu sobrevivi. Eu continuo de pé”, desabafou Semenya.
A sul-africana, de 28 anos, é acusada pela IAAF de possuir uma vantagem desportiva por produzir, naturalmente testosterona em grandes quantidades, que é o hormónio masculino que aumenta a capacidade de desenvolvimento muscular. Semenya nasceu com uma condição chamada Diferença de Desenvolvimento Sexual (DSD).
Apesar da atleta ter conquistado o direito de competir sem precisar de cumprir a regra de controle hormonal da IAFF, esta interpôs um recurso no Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) para que ela baixe as suas taxas hormonais através de medicamentos ou deixe de disputar provas entre os 400 m e a milha. Caster Semenya revela ter medo de perder esse direito e não poder participar no Mundial de Atletismo em Doha, entre 28 de Setembro e 06 de Outubro.
– “Se eu não puder competir nos 800 m, eu não vou competir no Mundial. A minha meta é defender o meu título mundial. Não vou correr nos 1.500 m”, disse a atleta.
As acusações contra a IAAF têm sido são constantes. Na última semana, Semenya revelou que a IAAF a usou como “rato de laboratório”, quando determinou que ela fizesse um tratamento experimental para redução do nível de testosterona. Ainda assim, a atleta não se coloca como vítima, mas como exemplo.