O Clube Atlético de Macedo de Cavaleiros foi fundado em 1954 com o atletismo a surgir em 2021. Diogo Costa é o presidente do clube que tem 62 atletas e conta com um orçamento de 30 mil euros. Tem vários atletas internacionais na estrada e no trail.
O Clube Atlético de Macedo de Cavaleiros foi fundado em 1954 com o atletismo a surgir em Março do ano de 2021, em plena pandemia de COVID-19. Um dos membros da direção do clube começou a treinar e foi então decidido, criar a Secção de Atletismo. Ele foi o único atleta até setembro desse ano, quando entraram mais seis elementos. Foi então que começou a criar-se uma maior dinâmica em torno da modalidade, cativando cada vez mais macedenses a pertencer à Secção de Atletismo.
Diogo Costa é o presidente do clube que tem cerca de 600 sócios que pagam 24 euros de quotas anuais.
O CA de Macedo de Cavaleiros tem a sua sede no Estádio Municipal e conta atualmente com cerca de 300 praticantes, distribuídos pelo futebol (seniores e camadas jovens) e atletismo (seniores).
João Chumbo é além de diretor do clube, atleta e responsável da Secção de Atletismo que tem 62 atletas participantes maioritariamente em provas de estrada e montanha.
“Todos os atletas da Secção, cada um à sua maneira, são importantes e têm um papel fulcral em todas as provas em que o clube se faz representar”
Atletas de elite nacional
Para João Chumbo, o clube e a cidade estão satisfeitos e orgulhosos com os resultados dos atletas. “Temos atletas de elite nacional como Carlos Lopes (representante assíduo da seleção nacional de corrida de montanha), Fábio Oliveira (representante por duas vezes na secção nacional da maratona), Jennifer Maia (campeã nacional de maratona), José Carvalho (várias vezes campeão nacional de corrida de montanha e representante assíduo da seleção nacional), José Sousa (representante da seleção nacional da maratona e tricampeão nacional da maratona), Lucinda Moreiras (várias representações pela seleção nacional de montanha e vários títulos de campeã nacional de montanha, estrada e corta-mato), Mafalda Oliveira (várias vitórias e pódios em provas nacionais), Mónica Silva (representante da seleção nacional da meia-maratona, Pedro Rodrigues (representante assíduo da seleção nacional de corrida de montanha), Rui Muga (várias vezes campeão nacional de corrida de montanha e representante assíduo da seleção nacional) e Tânia Fernandes (várias vitórias e pódios em provas nacionais)”.
João Chumbo refere ainda outros atletas com reconhecimento distrital como ele próprio, Carlos Carneiro e Orlando Alves, várias vezes campeões distritais de estrada e de montanha nos seus escalões. “No entanto, todos os atletas da Secção, cada um à sua maneira, são importantes e têm um papel fulcral em todas as provas em que o Clube se faz representar”.
Objetivos para esta época já cumpridos
Para João Chumbo, os objetivos para esta época já foram praticamente todos cumpridos. “O principal era conseguirmos o top 10 coletivo no Campeonato Nacional de Estrada, tanto a nível feminino como masculino (ficámos em 6º lugar feminino e 7º masculino). Outro dos objetivos que teoricamente também será cumprido é sermos campeões nacionais de corrida de montanha coletivamente”.
A nível distrital e regional, o objetivo é que tanto os atletas de maior valia como os mais amadores, consigam as melhores classificações possíveis, tanto a nível individual como coletivo. “Assim, o nome do clube e da cidade de Macedo de Cavaleiros estarão sempre dignificados e no patamar mais alto do atletismo”.
CLUBE ATLÉTICO DE MACEDO DE CAVALEIROS
Concelho: Macedo de Cavaleiros
Ano fundação: 1954
Presidente: Diogo Costa
Sócios: 600
Atletas: 62
Orçamento: 30.000 euros
Atletas com possibilidades de representar o país ainda esta época
O clube tem também ambições de convocatórias dos seus atletas para a seleção nacional. A nível de estrada, já teve três chamadas à seleção para representar o país nos Campeonatos Europeus de Estrada (Fábio Oliveira e José Sousa para a maratona e Mónica Silva para a meia-maratona). Para a seleção nacional de corrida de montanha, o clube tem quatro atletas com potencial para serem também convocados (Carlos Lopes, José Carvalho, Pedro Rodrigues e Rui Muga) com os Campeonatos Nacionais de Corrida de Montanha a ditar quantos deles conseguirão atingir esse objetivo.
A maior parte dos atletas treinam por si mesmos e por lazer. Alguns possuem treinador, sendo que os nomes mais conhecidos são Delfim Conceição e Ricardo Ribas.
“A nossa pista onde realizamos os treinos de séries, encontra-se bastante deteriorada, tendo partes em que já não existe tartan”
Orçamento anual de 30 mil euros
O orçamento anual da Secção de Atletismo ronda os 30 mil euros. O clube conta com o apoio da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia de Macedo de Cavaleiros. Também da venda de rifas e sorteios e ainda, de várias empresas privadas. “Sem o apoio delas, seria impossível termos atletas da elite nacional, bem como proporcionarmos as condições que damos a todos os nossos atletas. Temos apoio entre outros, da Sialnor, Topoleo, Ópera, Central de Pneus Macedense, LPCNOR Group, Casa Manuel Pataco, Agarra o Progresso, Barbearia Valadar, Hotel Muchacho, Restaurante Marco António, Seguros Mapfre, entre outros. Aos quais, deixo desde já, o nosso enorme agradecimento pois apoiam a nossa Secção desde o começo e têm sido incansáveis no apoio prestado”.
Os subsídios têm chegado para a Secção de Atletismo manter a sua atividade. Para João Chumbo, “tem sido um processo de crescimento e ascensão por parte da Secção, o orçamento à semelhança do número de atletas tem aumentado de ano para ano, mas os subsídios têm sido suficientes para suportar os custos da Secção”.
Nos apoios oferecidos aos atletas, o clube oferece as inscrições e transporte para todas as provas. Todos eles possuem o “kit do atleta” que é composto por equipamento de prova, camisola de aquecimento, fato de treino, polo e kispo.
“Quando se quer muito treinar e atingir patamares superiores, os nossos atletas ultrapassam todas as adversidades e obstáculos, é a alma de cavaleiro a entrar em ação”
Corrida de São Pedro em 14 de junho com muitos aliciantes
O CA de Macedo de Cavaleiros organizou no ano passado, a primeira edição da Corrida de São Pedro que teve 428 participantes na corrida e caminhada. Este ano, o clube espera ter naturalmente, um número superior de participantes.
João Chumbo aproveitou a oportunidade para convidar todos os leitores da Revista Atletismo a participar. “Para além da prova em si, não falta animação e boa comida transmontana para ajudar a recuperar forças no final da prova, pois temos jantar e convívio incluídos no valor da inscrição (Corrida 15 € e Caminahda 10 €).Para além de tudo isto, ainda oferecemos um kit para cada um dos inscritos constituído por alguns dos melhores produtos da nossa região (vinho, azeite e mel) e ainda pela t-shirt técnica, medalha, gel nutritivo, entre outros”.
Para quem quiser participar, pode fazer a inscrição em: https://2corridasaopedro.admeus.org/
Pista de tartan muito deteriorada
João Chumbo lamenta o facto de na região de Macedo de Cavaleiros, não haver percursos planos. “Ou sobe ou desce, portanto para treinos de ritmo fica complicado realizar”. Mais grave é o estado deteriorado da pista de atletismo. “A nossa pista onde realizamos os treinos de séries, encontra-se bastante deteriorada, tendo partes em que já não existe tartan. Mas é a realidade que temos e quando se quer muito treinar e atingir patamares superiores, os nossos atletas ultrapassam todas as adversidades e obstáculos, é a alma de cavaleiro a entrar em ação”.
Aventura para dois atletas na noite anterior à Maratona de Reykjavik
Estórias não faltam no clube. Esta passou-se com João Chumbo e José Sousa, quando foram correr a Maratona de Reykjavik, na Islândia, em Agosto de 2024. Os dois só chegaram no dia da prova ao hostel em Reykjavik, às 2 horas da manhã e uma das camas que tinham reservado estava ocupada. A prova era às 8 horas da manhã e eles só queriam deitar-se o mais rápido possível para descansarem o máximo número de horas que nunca iriam ser já suficientes porque tinham chegado tardíssimo a Reykjavik. Ligaram para a assistência do hostel e receberam indicações para um deles ir para outro quarto.
O João Chumbo foi então para outro quarto que lhe indicaram. Mas depois, aconteceu o mais caricato. Ele estava quase a adormecer por volta das três horas da madrugada quando entraram duas pessoas no quarto. Começaram a aproximar-se da cama onde ele estava até que lhe tocaram e começaram a dizer que a cama era deles, eram de nacionalidade estrangeira.
O João explicou-lhes o que se tinha passado e que lhe tinham dado indicação de ir para aquela cama. O casal percebeu a situação e foram para outro quarto. Por volta das quatro horas da madrugada, já o João estava a dormir, quando entraram seis raparigas no quarto, vinham dos bares de Reykjavik e vinham bastante animadas da noite. Fizeram imenso barulho e como é óbvio, o João voltou a acordar. Quando as raparigas finalmente sossegaram e se deitaram, toca o alarme do João para tomar o pequeno-almoço antecipado para não ter de comer pouco antes da prova. Já não dormiu mais, levantou-se às sete da manhã, tomou o seu banho foi para a prova e o resto é história. O José Sousa venceu a prova e o João Chumbo fez a boa marca de de 2h44m57s, tendo ficado no 12º lugar.
Depois de terem terminado a prova, foram pedir explicações à gerência do hostel que acabou por lhes dizer que não sabiam como tinha sido possível terem mandado um deles para o tal quarto. Aquele corredor de quartos era apenas para mulheres!
Como forma de compensação, a gerência acabou por oferecer aos dois atletas portugueses, as bebidas todas que quisessem tomar durante o resto da estadia em Reykjavik.
Ninguém fica sozinho nos treinos de conjunto
A terminar, João Chumbo convidou todos os cidadãos à prática da modalidade. “A nossa Secção está aberta a toso os macedenses e tem como intenção, proporcionar e motivar um estilo de vida ativo e saudável a quem quiser integrar direta ou indiretamente a Secção”.
Referiu ainda a existência de atletas com diferentes níveis mas que são devidamente integrados nos treinos de conjunto. “Entre os membros da equipa, há sempre alguém para acompanhar o ritmo do mais rápido e do mais lento, por isso, numca ninguém fica sozinho nem para trás. Essa acaba por ser também, uma da nossas bandeiras”.
