Para se ser campeão olímpico e recordista mundial, são necessários imensos sacrifícios. Muitos talentos precoces acabam por se perderem porque não são capazes de resistir às solicitações do dia a dia. O queniano Eliud Kipchoge, campeão olímpico no Rio de Janeiro e recordista mundial da maratona em Berlim do ano passado, é um grande exemplo como atleta de alta competição.
Criado no Condado de Nandi, 2.400 m acima do nível do mar, ele Kipchoge desenvolveu o seu talento nas estradas de terra batida que cruzam o país.
Premiado recentemente com o prémio do Laureus Awards, Kipchoge segue uma disciplina espartana e insiste que limites não existem.
Na cidade de Kaptagat, os corredores da equipe NN Running Team, da qual Kipchoge faz parte, acordam pouco depois das seis da manhã para treinar.
De segunda a sábado, correm 20 km pelas estradas que rodeiam o campo de treino.
De acordo com uma reportagem publicada no jornal espanhol El País, os membros do NN Running Team têm uma intensa rotina de treino.
Mas nem tudo é só trabalho duro: eles também têm os seus momentos de lazer, descanso e tarefas domésticas.
“Isso ajuda-me a ser um dos membros do grupo. E eu acho que também é bom para os jovens atletas verem que esse estilo de vida ajuda o sucesso”, afirmou Kipchoge, que vive no local de segunda a sábado.
Vivendo com o que é “estritamente necessário”, há quartos e casas de banho separados para homens e mulheres, uma sala para massagens, outra com televisão e biblioteca, e uma cozinha simples.
“O Centro tornou-se um exemplo desse tipo de treino e vida”, explica Patrick Sang, o treinador da equipa, que conhece Kipchoge há quase 20 anos.
A vida bucólica e simples também diz respeito à alimentação: vacas na área adjacente oferecem leite fresco.
“Ele não teve uma infância fácil e é por isso que vive de forma simples, sem ostentação e sempre ajudando os outros”, afirma Marc Roig, fisioterapeuta e supervisor da equipa.