Eliud Kipchoge correu pela última vez a Maratona de Berlim em 2018, quando estabeleceu o recorde mundial de 2h01m39s. Desde que conquistou o seu segundo título consecutivo na maratona olímpica em Tóquio, ele deixou claro os seus objetivos futuros na modalidade: ganhar um terceiro título na maratona olímpica em Paris 2024, feito que ainda ninguém conseguiu, vencer todos as seis Abbott World Marathon Majors e bater o seu recorde mundial.
Kipchoge, que fará 38 anos em novembro, já não terá muitas oportunidades para superar os seus 2h01m39s. Embora muitos esperassem que ele se estreasse na Maratona de Boston ou Nova York neste outono, Berlim parece ser uma oportunidade final para o bicampeão olímpico da maratona bater o recorde mundial.
O percurso em Berlim
O percurso em Berlim é conhecido por ser rápido, plano e fácil de percorrer, como se pode comprovar pelos sete últimos recordes mundiais ali batidos. Se houver algum recorde mundial a bater, Berlim é o lugar para fazê-lo.
“Berlim é o percurso mais rápido”, disse Kipchoge num vídeo postado no seu Instagram. “É onde um ser humano pode mostrar o seu potencial para ultrapassar os limites.”
Além do percurso vantajoso, setembro em Berlim traz um clima ideal, e neste domingo, a previsão é de 8ºC ensolarados no início da prova, com quase nenhum vento previsto. Para os maratonistas, este é o clima perfeito que pode contribuir muitas vezes, para tempos mais rápidos.
A sua experiência
Este domingo será a quinta Maratona de Berlim da carreira de Kipchoge. Ele venceu nas últimas três ocasiões, com o seu pior resultado na sua segunda maratona em 2013, onde foi segundo com 2h04m05s (o quinto tempo mais rápido da história na época), derrotado pelo compatriota Wilson Kipsang, que correu em 2h03m23s.
Desde então, Kipchoge venceu destacado em Berlim, com um recorde pessoal de 2h04m em 2015, acabando com bolhas nos pés, e novamente em 2017, com 2h03m32s. Ele correu pela última vez neste percurso em 2018, onde bateu o anterior recorde mundial por um minuto e 18 segundos, que foi a maior melhoria do recorde mundial da maratona desde 1967. Kipchoge venceu por quatro minutos e 43 segundos, à frente do seu compatriota Amos Kipruto.
Embora Kipchoge não tenha dito publicamente que está a pensar bater agora o seu recorde mundial, ele disse que a sua decisão de vir a Berlim, foi fazer uma prova muito forte. “Vou tentar forçar. Eu digo sempre, se quiseres esforçar-te, vem para Berlim.”
O recordista mundial conhece o percurso melhor do que os seus mais diretos adversários e aproveitará bem esse importante pormenor.
A sua velocidade
Em 2019, Kipchoge mostrou a sua velocidade no INEOS 1:59 Challenge. Ele correu os 42.195 metros em 1h59m40s, tornando-se o primeiro atleta a quebrar a barreira das duas horas. Como se sabe, o seu tempo não contou como um recorde mundial pois não foram cunpridas as regras das World Athletics.
Agora e para que o recorde mundial seja batido, Kipchoge terá que correr a uma média de 2m53s/km e correr 8,5 vezes consecutivas 5 km em 14m25s. Antes de se ter dedicado às maratonas, Kipchoge foi duas vezes medalhado olímpico nos 5.000 m, conquistando a prata em Pequim 2008 e o bronze em Atenas. Kipchoge também detém o nono tempo mais rápido de sempre nos 5.000 m, com 12.46,53 em 2004.
Experiência não falta a Kipchoge mas ainda terá a velocidade necessária aos quase 38 anos, para desafiar o seu recorde mundial? E Berlim será a sua última oportunidade?