A maratona é uma das provas mais populares com cada vez com mais participantes, um pouco por todo o mundo. Mas é difícil imaginar como é possível correr uma maratona nas condições climáticas tão adversas como na sexta edição do ‘Cold Pole – Oymyakon’ no último fim de semana em Yakutia, República de Sakha na Rússia.
Yakutia é o lugar mais frio do mundo, uma região seis vezes maior que a França mas apenas com um milhão de habitantes que vivem em condições tão extremas no permafrost, o solo que permanece completamente congelado ao longo dos anos.
Com uma população de pouco mais de 300 mil habitantes, Yakutsk é a capital de uma república famosa por ter registado a temperatura mais fria num lugar habitado, -71,2°C em Oymyakon. No entanto, alguns especialistas acreditam que o verdadeiro recorde pertence a Verkhoyansk.
Nestas condições, 38 corredores russos de seis regiões diferentes decidiram correr em Oymyakon, apesar de a temperatura estar um pouco menos gelada que o recorde mundial. Os participantes acordaram bem cedo, pois a prova começou às 6 h, com -55°C e disputaram duas distâncias diferentes: uma meia maratona e a maratona..
Os atletas foram acompanhados por médicos durante todo percurso para evitar queimaduras pelo frio, mas nenhum dos corredores necessitou de assistência médica.
Na maratona, 14 corredores cortaram a meta, havendo duas senhoras. Os vencedores receberam 100.000 rublos (1.038 euros). Konstantin Dragunov venceu em 3h07m, seguido de Mikhail Aprosimov em 3h36m e Albert Sivtsev em 3h57m.
Em femininos, venceu Isabella Borisova em surpreendentes 3h37m, a apenas um minuto do segundo masculino. Marina Sedalishcheva foi a segunda com 4h25.
Ficam algumas perguntas. É saudável correr 42 km a -55ºC? Como reage o corpo quando começa a ficar cansado nestas temperaturas? É possível suar nestas condições? É mais fácil ou mais difícil ter problemas cardíacos quando está muito frio?