No início das minhas férias em Hamburgo, tive a sorte de descobrir uma corrida de 10 km que se disputava no dia seguinte – A 29.Bermer Alsterlauf. Como os sapatos de corrida e os calções fazem parte obrigatoriamente dos meus haveres quando vou de férias, fiz de imediato a minha inscrição na prova.
A manhã da corrida estava amena, com uma temperatura na casa dos 15 ºC. Mais de dois mil participantes em duas partidas separadas com os atletas a juntarem-se por volta dos dez minutos de corrida.
O percurso era fácil, predominantemente plano, parte dele junto ao rio. Passou-se os 5 km e nada de abastecimentos. E assim foi até à meta! No final, sim, havia água, bebidas isotónicas e cervejas à discrição.
Estranhando a ausência de um abastecimento aos 5 km, falei com uma atleta alemã. Expliquei-lhe que era português e habitual participante nas provas de estrada e que no meu país, nas provas de 10 km havia sempre um abastecimento aos 5 km. Ela respondeu-me simplesmente que na Alemanha, não é hábito haver abastecimentos em provas curtas como tinha sido aquela de 10 km!
Não podemos deixar de estranhar tal situação, até porque a IAAF determina que deve haver abastecimentos de 5 em 5 km, mesmo em provas com a distância de 10 km. Em Portugal, felizmente que as coisas melhoraram significativamente e hoje, só é notícia quem falhar um abastecimento.
Tudo se paga numa corrida alemã
Resta dizer que paguei 26 euros pela inscrição e só me deram o chip e o dorsal. Perguntei se não davam uma t-shirt e a resposta é que elas estavam à venda no stand ao lado. Fui ver e custavam “apenas “ 20 euros. No final, fiquei a ver a distribuição dos prémios e vi alguns atletas com diplomas. Fui ver e cada um custava dois euros! Para quem se queixa de que em Portugal, as inscrições são caras, não está nada mal… Ah, deram uma medalha a cada um.
No nosso país, as inscrições rondam no geral os 10/12 euros, havendo ainda muitas provas gratuitas. Os custos com a organização de uma simples prova de 10 km são elevados e se não houver um bom patrocínio, são grandes as hipóteses de a prova dar prejuízo. Ainda recentemente, nos 10 km da Global Energy Bimbo que começou no Rossio e acabou em Belém, a polícia cobrou mais de cinco mil euros pelo seu trabalho! E depois, há ainda as despesas com as licenças de ruído, de ocupação de espaço (tenda junto à meta, etc), com a Associação de Atletismo, t-shirts, águas, troféus e medalhas, prémios monetários, etc.