Concluído o 104º Campeonato de Portugal (82º feminino), é possível verificar algumas curiosidades que este Nacional e todos os seus antecessores nos deixaram:
– Foram batidos cinco recordes dos campeonatos, através de Raisel Acea (400 m), Paulo Conceição (altura), Lorène Bazolo (100 m), Jéssica Inchude (peso) e Irina Rodrigues (disco).
– Os recordes mais antigos são os de 3000 m obstáculos (José Regalo, 8.24,40 em 1986) e 800 m (Mário Silva, 1.47,09 em 1990), no setor masculino; e 200 m (Lucrécia Jardim, 23,15 em 1994), 1500 m (Marina Bastos, 4.09,59 em 1994) e 400 m (Lucrécia Jardim, 52,90 em 1996), no feminino.
– O Sporting, que este ano somou 28 títulos (considerando pista, corta-mato e estrada), já conquistou 1400 títulos ao longo dos 104 anos de campeonatos. O Benfica soma 957 (16 este ano). O Belenenses, com 184, é o terceiro clube mais titulado, seguido do FC Porto, com 156.
– Matos Fernandes (37 títulos) e José Carvalho (36) continuam a ser os atletas masculinos com mais títulos nacionais, mas João Vieira está cada vez mais próximo: juntou todos os quatro títulos de marcha este ano (10000 m, 20, 35 e 50 km) e já soma 34. De entre os atletas ainda em atividade, os mais próximos são Marco Fortes e Nelson Évora, com 15 cada um.
– Georgete Duarte, com 46 títulos, continua a ser a atleta mais vitoriosa, seguida das lançadoras Adília Silvério (37) e Teresa Machado (34). De entre as atuais atletas, Vânia Silva passou a liderar, com 18 vitórias, seguida de Sílvia Cruz, Sara Moreira, Patrícia Lopes e Dulce Félix, todas com 17.
– Considerando apenas uma prova, João Vieira é quem tem mais vitórias, nos 10000 m marcha (considerando os 20 km marcha que os antecederam), seguido de dois martelistas: Herculano Mendes, com 16 vitórias (entre 1928 e 1944), e Vítor Costa, com 14 (1992 a 2007). Dos atuais atletas, Marco Fortes tem 13 títulos no peso e Nelson Évora tem 12 no triplo.
– No setor feminino, Adília Silvério lidera, com 19 títulos no peso, seguida de Teresa Machado e Vânia Silva, ambas com 18 títulos, no disco e martelo, respetivamente. Adília Silvério tem ainda 17 títulos no disco e Teresa Machado 16 no peso. Das atuais atletas, e para além de Vânia Silva (18 vitórias no martelo), destacam-se Sílvia Cruz, com 15 no dardo, Patrícia Mamona (11 no triplo), Patrícia Lopes (10 nos 400 m barreiras) e Irina Rodrigues (10 no disco).
– João Vieira conseguiu títulos já com 23 anos de intervalo, entre 1996 (tinha 20 anos) e 2019 (tem 43). Seguem-se-lhe Pascoal de Almeida (19 anos de diferença), com vitórias no salto em altura entre 1914 (18 anos) e 1933 (37 anos), e Armando Aldegalega, com 18 anos de intervalo (1962 a 1980, 24 a 42 anos de idade).
– Fernanda Ribeiro é a atleta que conquistou títulos com mais anos de intervalo: 24, entre os 16 anos e os 40, quando se sagrou campeã nacional da maratona. Seguem-se-lhe três lançadoras: Teresa Machado, com 21 anos de intervalo (1986-2007 e 16/37 anos de idade), Adília Silvério, 19 anos (1967-1986 e 17/36) e Vânia Silva, também 19 anos… para já (2000-2019 e 20/39). A estas juntou-se agora Patrícia Lopes com o seu título de 4×400 m: é campeã desde 2000, com 17 anos, e tem agora 36.
– Em matéria de títulos consecutivos, é Herculano Mendes quem lidera no setor masculino, com 15 vitórias no martelo, entre 1930 e 1944. Seguem-se-lhe Marco Fortes, com 13 no peso (2002 a 2014), e José Pedroso, com 10 no martelo (1977 a 1986).
– No setor feminino, Vânia Silva continua a somar: já lá vão 15 anos de triunfos no martelo, desde 2005. Seguem-se-lhe Teresa Machado, com 13 vitórias seguidas no disco (1995-2007) e, com 11 triunfos consecutivos, Adília Silvério no peso (1967-1977), Susana Feitor nos 10 km marcha (1994-2004) e Sílvia Cruz no dardo (2005-2015).
– Prova a prova, Tiago Aperta, com o seu 8º título no dardo, está cada vez mais próximo de Carlos Cunha, que lidera com 10; e João Vieira já leva 19 títulos na marcha (pista), mais do dobro de José Urbano (8). André Pereira vai em 4 nos obstáculos e não está longe do líder, o antigo atleta Joaquim Ferreira, com 6.
– No setor feminino, Cátia Azevedo, com o seu 5º título de 400 m, está apenas a dois de Elsa Amaral (7); a Joana Soares, que ganhou o 4º nos obstáculos, falta apenas mais um para igualar Clarisse Cruz; Vera Barbosa, segunda nos 400 m barreiras, com 7 títulos, ainda está a três de Patrícia Lopes; Anabela Neto igualou agora os seis títulos de Cristina Abreu na altura, tal como Marta Onofre igualou os cinco de Elisabete Tavares na vara (Eleonor Tavares está com quatro); Patrícia Mamona lidera, destacada, o triplo, com 11 títulos, contra apenas quatro de Susana Costa; Irina Rodrigues já leva 10 títulos no disco mas ainda está bem longe de Teresa Machado (18) e Adília Silvério (17); já Vânia Silva, com 18 títulos no martelo, tem como segunda Sónia Alves, com apenas três (mas a prova só começou a disputar-se em 1995); na marcha, Ana Cabecinha somou o 9º título, mas Susana Feitor conquistou 13; e, na maratona, Rosa Madureira ganhou pela 5ª vez mas Fátima Silva somou sete; finalmente, no corta-mato, o 7º título de Dulce Félix colocou-a a apenas um de Rosa Mota.
Estes e outros dados podem ser vistos em www.atletismo-estatistica.pt , na parte referente aos Campeonatos de Portugal (individuais)
Haverá mesmo necessidade de um horror ao silêncio que pontue o intervalo de cada intervenção da locução no campeonato nacional de atletismo com musica (de muito má qualidade, diga-se) que por vezes até se sobrepõe às falas ou que se mantém no início das provas? Eu sei que já sou antigo e que noutros tempos aquilo talvez resvalasse para a pasmaceira e também é verdade que quem assiste são quase só os atletas, os quais por definição são jovens…
Não haverá entrevistador dos atletas que consiga fazer perguntas numa dicção audível, sem ler o que vai perguntar e que conheça a modalidade sem dizer barbaridades como “100 metros barras”?