Dois polícias metropolitanos foram considerados culpados de má conduta grave na paragem e revista dos atletas Ricardo dos Santos e da sua companheira Bianca Williams.
Ricardo dos Santos, de 28 anos e Bianca Williams, de 29 anos, fizeram uma queixa ao órgão de fiscalização da polícia, considerando terem sido discriminados racialmente durante uma paragem e revista “perturbadora” quando se dirigiam para a sua casa no oeste de Londres, em 4 de julho de 2020.
A polícia seguiu-os quando eles voltavam para casa no seu Mercedes, com o seu filho bebé, que tinha então três meses de idade, depois do treino.
O casal foi algemado e revistado sob suspeita de posse de drogas e armas após ser parado em frente à sua habitação, mas nada foi encontrado.
Os cinco polícias em exercício negaram as acusações contra eles, incluindo alegações de que violaram os padrões policiais sobre igualdade e diversidade durante a paragem e busca.
Dois deles foram considerados culpados de má conduta grave durante a busca. Os outros três não tiveram as acusações de má conduta grave contra eles comprovadas, mas estarão todos sujeitos ao processo de revisão da prática reflexiva.
O Gabinete Independente para a Conduta Policial (IOPC) abriu o processo contra os cinco agentes e disse que a detenção de Ricardo dos Santos e da sua companheira deveu-se ao facto de serem negros e que foi “excessiva, irracional e injustificada”.
Karon Monaghan, do IOPC, disse ao painel no início da audiência que há “discriminação institucional” na Polícia Metropolitana.
O diretor do IOPC, Steve Noonan, disse: “Quero agradecer a Bianca e a Ricardo que, tendo falado sobre a sua experiência, demonstraram considerável paciência e determinação enquanto esperavam pelo resultado da sua denúncia”.
Os negros têm quase nove vezes mais probabilidade de serem parados e revistados pela polícia do que os brancos, e quase nove vezes mais probabilidade de serem revistados por drogas, apesar da percentagem de drogas descobertas ser mais baixa para os negros do que para os brancos. Os polícias neste caso, alegaram que sentiram cheiro de cannabis no carro dos atletas, apesar de nenhuma droga ter sido encontrada na revista.
“São números como esses e casos como o de Bianca e Ricardo que enfatizam por que os negros relatam ter baixa confiança no policiamento.