A Unidade de Integridade do Atletismo (AIU) anunciou a suspensão de quatro anos da maratonista etíope Tsehay Gemechu, depois de anomalias detetadas no seu Passaporte Biológico de Atleta (ABP).
Tsehay Gemechu, uma das principais maratonistas da Etiópia, venceu a Meia Maratona de Lisboa em 2021 e 2022 e representou o seu país nos JO de Tóquio e no Campeonato Mundial de 2023 em Budapeste. Ela detém um recorde pessoal de 2h16m56s na Maratona de Tóquio de 2023 e de 14m29s nos 5.000 m.
A atleta de 25 anos tinha previsto participar na Maratona de Valência de 2023, mas desistiu depois dos seus dados terem levantado suspeitas. O ABP rastreia marcadores biológicos ao longo do tempo para detetar indiretamente doping, permitindo que a AIU monitore perfis individuais e sinalize mudanças irregulares que podem indicar o recurso ao doping para melhorar o desempenho.
A investigação da AIU revelou flutuações anormais nos níveis de hemoglobina e reticulócitos de Tsehay Gemechu em três ocasiões distintas, entre 22 de março de 2020 e 26 de março de 2023, poucas semanas após a Maratona de Tóquio. Anomalias de dados podem frequentemente indicar se um atleta se está a dopar-se.
Como resultado, são anulados todos os resultados obtidos por Tsehay Gemechu entre 22 de março de 2020 e 30 de novembro de 2023, perdendo quaisquer títulos, prémios monetários, medalhas, pontos e cachets ganhos neste período. Ela fica assim sem as vitórias obtidas na Meia Maratona de Lisboa.
A sua suspensão de quatro anos prolonga-se até 30 de novembro de 2027.