A Unidade de Integridade do Atletismo (AIU) suspendeu por oito anos o fundista queniano Michael Njenga Kunyuga, por ter acusado a substância proibida nandrolona e adulterado dados hospitalares.
Njenga, vencedor da Maratona de Pádua, viu a pena agravada depois de ter mentido às autoridades antidoping após a sua suspensão provisória em agosto deste ano.
O atleta de 36 anos acusou nandrolona no teste feito após a Maratona de Riga de 2022, onde terminou em segundo lugar.
A AIU iniciou então a investigação do caso, dando a possibilidade a Njenga de reconhecer o seu erro para beneficiar da redução da pena em um ano, mas ele negou todas as acusações.
O atleta afirmou que sentiu dores nos joelhos e nas costas em 2021 e tomou analgésicos que fizeram efeito adverso no estômago, por isso parou de tomá-los.
Explicou ainda que, em janeiro de 2022, foi aconselhado a procurar medicação alternativa para as dores no joelho porque não conseguia gerir a carga de treino. Por isso, foi fazer um check-up no Hospital de Nyahururu e foram-lhe prescritas injeções de Depomedrol, a cada três meses.
Para apoiar a sua explicação inicial, Njenga apresentou dois documentos médicos datados de 18 de janeiro de 2022, supostamente provenientes do referido Hospital, nomeadamente: formulário de solicitação e parecer laboratorial e carta do médico do hospital, confirmando que o atleta havia sido diagnosticado com osteoartrite e que seria tratado com injeção intramuscular de Depomedrol (metilprednisolona) e vitaminas do complexo B a cada três meses.
Em 1 de setembro de 2022, a AIU escreveu ao atleta informando que a sua explicação e documentos relacionados à ingestão de Depomedrol e vitaminas do complexo B não explicavam a presença de 19-Norandrosterona na sua amostra.
Njenga alegou então que esteve em Iten em 18 de abril de 2022 e que procurou lá medicamentos para as dores no joelho. O atleta alegou que naquela data, compareceu no Hospital de Iten, onde ‘procuraram uma medicação alternativa’ com base na descrição da dor no joelho e que havia recebido uma injeção.
No entanto, embora o Hospital de Iten tenha confirmado que ele visitou as instalações, não havia registo de qualquer prescrição para o atleta no seu sistema de medicamentos e não havia registo de qualquer injeção administrada a ele. O hospital também não armazena nandrolona. No hospital de Nyahururu, o departamento central de registos não continha vestígios do atleta e concluiu-se que este tinha fornecido informações falsas e enganadoras à AIU, levando ao agravamento da pena.
A suspensão de Njenga terá efeitos retroativos a agosto de 2022, o que pode pôr termo à sua carreira, já que ele terá 43 anos quando terminar a suspensão.
O atleta de 36 anos é o segundo queniano a ser recentemente suspenso por um longo período, após a suspensão de Titus Erkiru por dez anos no mês passado, por ter recorrido a uma substância proibida e ter apresentado documentos falsos.