A Rússia viu a sua suspensão de todas as competições internacionais ser reduzida de quatro para dois anos pelo Tribunal Arbitral do Desporto (TAS). A decisão foi comunicada hoje pelo órgão internacional. A bandeira russa não poderá assim ser hasteada nos Jogos Olímpicos de Tóquio no próximo Verão, nem nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim em 2022.
A Rússia ficou assim, banida dos grandes eventos desportivos e proibida de organizá-los no seu território por um período de dois anos, em vez de quatro, como havia sido decidido pela WADA, a Agência Mundial Antidoping.
Somente poderão competir atletas russos que demonstrem ausência de recurso ao doping, sob uma bandeira neutra e de acordo com modalidades que ainda serão especificadas.
O TAS deveria decidir sobre o recurso interposto em Dezembro de 2019 pela RUSADA, a agência antidoping russa, contra as sanções da WADA, acusando-a de batota organizada em questões de doping pelo seu Laboratório de Moscovo, entre 2011 e 2015.
A WADA declarou que a agência russa não estava em conformidade, devido ao não cumprimento de várias condições impostas para o seu restabelecimento a partir de Setembro de 2018.
A Rússia é oficialmente acusada desde 2015 de ter implantado um sistema de doping em larga escala com a cumplicidade das mais altas autoridades do país.
A disputa russa já se arrasta desde 2010 e as revelações da dupla de denunciantes Stepanov sobre o atletismo, envolveram também os serviços secretos e o Ministério dos Desportos da Rússia.
Forçado a demitir-se do laboratório de Moscovo, onde era diretor e refugiado nos Estados Unidos, Grigory Rodchenkov admitiu na Primavera de 2016 ter orquestrado durante anos, a ocultação do doping, descrevendo em detalhe, o sistema montado nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, em Sochi, para enganar os observadores da WADA.