A queniana Edna Kiplagat, agora com 44 anos de idade, correu a recente Maratona de Boston, onde foi terceira com uns incríveis 2h23m21s. Ela ficou à frente de muitas atletas de elite com metade da sua idade, fazendo jus ao ditado “É como o vinho do Porto, quando mais velha, melhor”.
Edna Kiplagat lembra-se exatamente de quando começou a participar em provas, aos 16 anos. E não se esqueceu da primeira vez que representou internacionalmente o seu país. “Comecei a representar o Quénia em 1996 como júnior no Mundial (Corta-Mato) de 1996 na África do Sul”.
Edna Kiplagat nasceu para correr. Os milhares de quilómetros que já correu desde que ela entrou no mundo das corridas podem muito bem estender-se por voltas ao mundo. Ela venceu Boston pela primeira vez na sua estreia em 2017 e repetiu em 2021. Voltou agora a Boston pela sétima vez.
Ao longo da sua carreira, conquistou dois troféus do World Marathon Majors, Série V (2010-2011) e Série VIII (2013-2014), bem como dois títulos do Campeonato Mundial de Maratona. Tem um recorde pessoal de 2h19m50s, quando foi segunda em Londres em 2012. Para o mortal comum, 44 anos podiam parecer uma eternidade. Mas não para Edna Kiplagat. Na partida de Boston, ela procurou pelas suas antigas companheiras de corrida mas não conseguiu encontrar uma que fosse, já se retiraram há muito tempo da alta competição. Encontrou muitas jovens que ainda não tinham nascido quando ela já corria.
Não sabe quando deixará a alta competição. “Não posso dizer quando vou parar. Eu sei que um dia farei isso, mas ainda não terminei”.
“Tenho os meus filhos e outros atletas que me admiram. Quero continuar a correr para ser um modelo para eles, motivá-los e depois usar a minha experiência para ajudá-los no futuro.”
Edna Kiplagat também faz parte de um seleto grupo de atletas que regressaram ao auge da carreira após o parto. “Não é fácil”, admitiu ela sobre a criação dos seus dois filhos biológicos (nascidos entre 2004 e 2008) e de outros três que adotou.
Ela é treinada pelo marido e ex-corredor Gilbert Koech, enquanto os seus dois filhos biológicos, Carlos (19) e Wendy (15), já dominam as corridas de fundo na escola.
“Depois do treino tenho que voltar para casa e cuidar da minha família, pois eles são a minha prioridade. Eles precisam de mim e devo desempenhar o meu papel de mãe.
O mundo permanecerá em eterna reverência a esta lenda das corridas de longa distância.