O setor feminino da seleção nacional que ganhou a I Liga do Europeu de Seleções e ascendeu à Superliga superou o masculino por boa margem: dos 302 pontos conseguidos por Portugal, 160 foram-no pela equipa feminina e 142 pela masculina. Trata-se de um recorde absoluto de pontuação: os 302 pontos agora obtidos superam os 296,5 conseguidos em 2010, quando Portugal foi 3º (a anterior melhor classificação de sempre) e subiu à Superliga. Este ano, o setor feminino também conseguiu a melhor pontuação de sempre: os 160 pontos agora alcançados superam os 146,5 de há dois anos. Já os 142 pontos masculinos deste ano ficam aquém dos 156,5 da seleção de 2010.
Tanto o setor feminino como o masculino superaram os mais diretos adversários. Os 142 pontos masculinos de Portugal batem (por escassos dois pontos) os 140 da Noruega e os 132 da Bielorrússia, enquanto os 160 da formação feminina deixam a Bielorrússia (149 p.) a 11 pontos e a Noruega (129 p.) a claros 31 pontos. A Bielorrússia conseguiu nada menos de seis vitórias femininas (contra “apenas” duas portuguesas) mas, ao invés, teve um último e um penúltimo lugares. No setor masculino, a Noruega teve cinco vitórias mas foi última na altura e no dardo e foi penúltima nos 4×100 m. Portugal foi uma seleção bem mais coesa que as demais: no conjunto das 40 provas, apenas em nove ficou num dos cinco últimos lugares e apenas num caso ficou num dos três últimos (10º – penúltimo). A Noruega ficou oito vezes num dos três últimos postos e a Bielorrússia sete vezes!
Sem recordes
A chuva e o vento prejudicaram muito os resultados da I Liga e daí que, apesar do brilho da presença portuguesa, não tenha sido alcançada nenhuma melhor marca em Europeus de Seleções (considerando também a anterior Taça da Europa, sua antecessora direta – o que mudou foi o nome). Apenas Leandro Ramos, no dardo, com 69,36, se aproximou dos 69,65 conseguidos por Filipe Ventura em 2000.
Vitórias repetidas
Portugal conseguiu vitórias em quatro provas, mas em todas , já tinha havido triunfos anteriores. Carlos Nascimento foi o vencedor dos 100 m, tal como Carlos Calado o havia conseguido em 2000 e 2002 e Francis Obikwelu cinco vezes entre 2004 e 2008; Pedro Pichardo ganhou o triplo, como Nelson Évora em 2007, 2008, 2009 e 2015; Lorène Bazolo igualou o triunfo de Lucrécia Jardim em 1996 nos 200 m; e Irina Rodrigues, ao ganhar o disco, “imitou” Teresa Machado em 2004 e a própria Irina em 2017.
Em quatro outras provas, Portugal igualou as suas melhores classificações de sempre na I Liga: foi o caso de Vítor Ricardo Santos, 3º nos 400 m, como Carlos Silva em 1995; de André Pereira, 2º nos 3000 m obstáculos, como Luís Jesus em 1995, Vítor Almeida em 1998, Pedro Ribeiro em 2007 e Alberto Paulo em 2013; de Anabela Neto, 5ª na altura, como Sónia Carvalho em 2004 e 2005 e Marisa Anselmo em 2007; e da equipa feminina de 4×400 m, 2ª como a seleção de 1997.
Vânia pela 18ª vez, Irina já vai em sete
Vânia Silva, que representou Portugal no martelo pela 18ª vez consecutiva, igualou o recorde de participações que Teresa Machado detém. Esta soma 33 participações no peso e disco, em 18 edições entre 1987 e 2007… com a vantagem de, então, a prova ser anual e não de dois em dois anos, como agora.
Dos restantes atletas da seleção deste ano, Irina Rodrigues é quem tem mais presenças: sete consecutivas (no disco). Seguem-se Vera Barbosa, com seis nos 4×400 m e quatro nos 400 m barreiras; Cátia Azevedo com cinco nos 400 m e 4×400 m; Vítor Ricardo Santos, com cinco nos 400 m; e, com quatro, Paulo Conceição (altura) e Marta Pen (800 m).
Entretanto, registou-se a estreia de nada menos de uma vintena de atletas: Carlos Nascimento nos 100 m (já participara nos 4×100 m); Diogo Antunes nos 200 m (já estivera nos 100 m e 4×100 m); Nuno Pereira nos 800 m; Paulo Rosário nos 1500 m; Isaac Nader nos 3000 m; Hélio Gomes nos 5000 m (já estivera nos 1500 e 3000 m); André Pereira nos 3000 m obstáculos; Ivo Tavares no comprimento; Pedro Pichardo no triplo; Leandro Ramos no dardo; Frederico Curvelo e Delvis Santos nos 4×100 m; Diogo Pinhão e João Coelho nos 4×400 m; e, no setor feminino, Mariana Machado nos 3000 e 5000 m; Olímpia Barbosa nos 100 m barreiras (já estivera nos 4×100 m); Evelise Veiga no triplo (já competira no comprimento); Eliana Bandeira no peso; Cláudia Ferreira no dardo; e Sofia Duarte e Cristina Lourenço nos 4×100 m. Em suma, houve estreias em 10 provas e meia (dois atletas numa estafeta), no setor masculino (mais de metade das 20 provas!), e em seis provas e meia no feminino (igualmente em 20 provas).
Está escrito Etson Barros em vez de Isaac Nader
Obrigado pela chamada de alteração.
Cumprimentos,
Manuel Sequeira