O grande sonho de Eliud Kipchoge era conquistar o seu terceiro título olímpico na manhã de sábado. No entanto, ele não conseguiu terminar a prova. Começou cedo a atrasar-se, foi visto por vezes a segurar o quadril esquerdo como se estivesse com dores, mas continuou. Foi até à marca dos 31 km quando desistiu já a mais de sete minutos do primeiro.
Ele parou e esperou que o último atleta Ser-Od Bat-Ochir passasse, antes de abandonar oficialmente a prova.
Após a desistência, Kipchoge disse ao Olympics.com que a prova foi a sua pior maratona. Ele nunca havia desistido nos 42.195 metros.
“Esta é minha pior maratona. Nunca fiz um DNF (desistência). É a vida. Como um boxeur, fui derrubado, venci, fiquei em segundo, oitavo, décimo, quinto, agora não terminei. É a vida”, disse ele.
Kipchoge começou a sua época com um décimo lugar na Maratona de Tóquio vencida por Benson Kipruto. Ele deu a entender que não estava mentalmente bem após ameaças à sua vida e à sua família após a morte de Kelvin Kiptum.
Agora em Paris, Kipchoge tinha como objetivo tornar-se o primeiro maratonista a ganhar três medalhas de ouro olímpicas. Ele começou sua sequência de vitórias nos JO do Rio de 2016 antes de defender com êxito o seu título em Tóquio.
O queniano deu agora a entender que estava a encerrar a sua carreira. “É um momento difícil para mim. Vocês ver-me-ão de uma forma diferente, talvez dando motivação às pessoas, mas eu não vou concorrer.”
“Não sei o que vem depois. Preciso de voltar para casa, sentar, tentar calcular os meus 21 anos de corrida em alto nível. Preciso de evoluir e aparecer em outras coisas.”