O empresário britânico Aron D’Souza, cansou-se do atual sistema do desporto de elite e teve uma ideia louca. Um ‘Enhanced Games’, que permite o uso do doping para melhorar o desempenho, foi lançado e planeia rivalizar com os Jogos Olímpicos.
A start-up foi criada em resposta ao que ele acredita ser um modelo olímpico explorador e corrupto. Os planos de D’Souza contemplam atletas a competirem em cinco modalidades: atletismo, desportos aquáticos, ginástica, força e combate, com cada um a recorrer ao doping que quiser. Haveria medalhas para os três primeiros e prémios monetários para quem ‘batesse’ recordes mundiais.
The Enhanced Games quer ultrapassar os limites e acredita que o doping para melhorar o desempenho foi erradamente desprezado. D’Souza acha que, sem testes antidoping, os 100 metros poderiam ser percorridos em menos de nove segundos – muito mais rápido que o atual recorde de Usain Bolt de 9,58 s – e quer realizar o evento inaugural em dezembro de 2024.
“Atletas são adultos… e eles têm o direito de fazer com o seu corpo o que quiserem – meu corpo, minha escolha; seu corpo, sua escolha”, disse ele à Australian Associated Press.
“Nada melhorará mais a produtividade da nossa sociedade do que prevenir o envelhecimento. Agora, parece ficção científica, mas vivemos no futuro, observe o surgimento da inteligência artificial e outras tecnologias. Acreditamos que a ciência torna a humanidade e o desporto, melhor e mais justo.”
O site Enhanced Games lista vários atletas e médicos que estão de acordo com o plano de D’Souza. O atleta de maior destaque envolvido é Roland Schoeman, um nadador medalhado de ouro olímpico que testou positivo em julho de 2019 para uma substância que ele afirma não ter usado.
Embora a ideia tenha o apoio de uma pequena minoria, já houve vozes contra. Anna Meares, que ganhou uma medalha de ouro nos JO de Londres 2012 no ciclismo, criticou a proposta.
“É uma piada, para ser honesta”, disse ela. “Injusto, inseguro, eu simplesmente não acho que este seja o caminho certo para o desporto.” O lendário sprinter norte-americano Michael Johnson twittou: “Isto é muito ridículo”.
O site afirma que “o Enhanced oferecerá jogos de alto impacto, mas económicos, “para que possamos compartilhar os lucros com os atletas”.É altamente crítico do Comité Olímpico Internacional. Ele afirma que: “Como os Enhanced Games têm fins lucrativos, somos responsáveis perante os nossos acionistas e somos incentivados a operar com eficiência e tratar os ossos atletas, a espinha dorsal do nosso movimento, de maneira adequada”.