Numa investigação publicada no British Journal of Sports Medicine, conclui-se que manter elevados níveis de aptidão cardiorrespiratória na idade adulta jovem, pode ajudar mais tarde, os homens a reduzir o risco de desenvolver nove formas diferentes de cancro.
Os investigadores analisaram as percentagens de cancro em mais de um milhão de homens na Suécia durante um período médio de 33 anos, com início aos 18 anos.
Nesse estudo, utilizado para avaliar a aptidão dos homens para o serviço militar, avaliações que antigamente eram obrigatórias na Suécia, os investigadores dividiram os participantes em níveis baixo, moderado e alto de aptidão cardiorrespiratória e compararam as percentagem de cancro entre os homens desses grupos, mais tarde na sua vida.
Os investigadores descobriram que os homens que apresentavam os níveis mais elevados de aptidão física na idade adulta jovem, tinham um risco 20% menor de cancro renal e um risco 19% menor de cancro da cabeça e pescoço, em comparação com os homens na categoria de baixa aptidão física.
O estudo também sugere que uma alta aptidão cardiorrespiratória pode desempenhar um papel importante na redução do risco de cancro gastrointestinal. Os participantes na categoria de elevada condição física viram o risco de cancro do fígado, das vias biliares, do esófago e da vesícula biliar reduzido em quase 40%, e o risco de cancro do estômago e do cólon reduzido em 20%.
A maior diferença foi observada nas percentagens de cancro do pulmão. O estudo mostra que os homens na categoria de elevada condição física reduziram o risco de cancro do pulmão em 42% em comparação com o grupo de baixa condição física. No entanto, os investigadores atribuíram esta grande lacuna aos hábitos de fumar e não à aptidão cardiorrespiratória por si só.
O estudo também identificou duas formas de cancro onde os membros do grupo de elevada condição física tinham maior probabilidade de serem diagnosticados, em comparação com os homens do grupo de baixa condição física. Os diagnósticos de cancro da pele e da próstata foram ligeiramente maiores no grupo de elevada condição física. Os investigadores atribuíram a diferença ao facto de os homens fisicamente aptos serem mais propensos a passar mais tempo ao sol e a submeterem-se a exames de cancro da próstata.
Este estudo soma-se a um crescente corpo de pesquisas que liga a aptidão cardiorrespiratória à redução dos riscos do cancro em homens. Um estudo separado publicado em junho pela Escola Sueca de Ciências do Desporto e da Saúde também mostrou percentagens mais baixas de cancro do cólon e do pulmão em homens com elevada aptidão cardiorrespiratória. No entanto, esse estudo, ao contrário da investigação publicada agora no British Journal of Sports Medicine, relacionou níveis elevados de aptidão física a um menor risco de cancro da próstata.
Embora ambos os estudos acima referidos tenham analisado especificamente os riscos de cancro nos homens, outras pesquisas já demonstraram que a aptidão cardiorrespiratória no início da idade adulta também pode levar mais tarde, à redução dos riscos de cancro nas mulheres.