Foi positiva para Portugal a 1ª jornada do Europeu de pista coberta, em Glasgow, com Francisco Belo a bater o recorde pessoal (20,97) e a ser 4º na final e os triplistas Susana Costa (recorde pessoal com 14,28), Patrícia Mamona (14,11) e Nelson Évora (melhor marca da época com 16,89) a apurarem-se para as finais de domingo.
Francisco Belo, que já havia estado bem na qualificação da manhã (20,31), brilhou na final, ao bater o recorde pessoal (de 20,90 para 20,97) numa excelente série: 20,59-20,97-20,65-20,56-nulo-nulo. Antes deste Europeu, conseguira como melhor 20,90 em Istambul e 20,23 em Potsdam. Agora, bateu o recorde pessoal (20,97) e, para além dos 20,31 da qualificação, fez melhor que os 20,23 em quatro dos seus seis lançamentos desta final!
A prova foi ganha pelo polaco Michal Haratyk, com a melhor marca europeia do ano (21,65), sete centímetros acima do alemão David Storl. Ainda acima dos 21 metros, ficou o checo Tomás Stanek, com 21,25. Francisco Belo, que igualou o quarto lugar de Tsanko Arnaudov há dois anos (21,08), deixou a folgados 27 cm o quinto classificado, o luxemburguês Bob Bertemes.
Entretanto, também ao princípio da noite, Nelson Évora confirmou ser mesmo um atleta de campeonatos, ao conseguir o 1º lugar na qualificação do triplo, com a sua melhor marca do ano (16,89), garantindo os 16,70 que apuravam diretamente para a final. Foi no 2º ensaio, depois de uns 16,47 iniciais. Também conseguiram apuramento por marca, o alemão Max Hess (16,81 no 2º ensaio), o azerbeijão Nazim Babayev (16,81 a abrir) e o eslovaco Tomas Veszelka (16,78). Fora da final, ficaram o finlandês Simo Lipsanen, que tinha a melhor marca da época entre os participantes (16,98) e só conseguiu 16,43 (foi 9º), o arménio Levon Aghasyan, que tinha a terceira marca (16,81) e foi apenas 10º com 16,38, o russo Aleksey Fyodorov (11º), o espanhol Pablo Torrijos, 2º atrás de Évora em 2015 (15º), e o veterano (42 anos) italiano Fabrizio Donato (18º). Nelson Évora tem uma medalha (pelo menos) ao seu alcance mas parte como favorito para a final.
De manhã, a nota principal foi para Susana Costa, que conseguiu o apuramento para a final do triplo (a realizar na manhã de domingo) com um novo recorde pessoal de 14,28 (tinha 14,13 como melhor, esta época), marca conseguida logo no seu primeiro (e único) ensaio e que a colocou como segunda melhor deste apuramento, a par da grega Paraskevi Papahristou, que fez a sua primeira prova da época e que também conseguiu a qualificação (14,28) logo no primeiro ensaio. A melhor marca pertenceu à ucraniana Olha Saladukha, com 14,40, igualmente no ensaio de abertura. Já Patrícia Mamona teve mais dificuldade em se qualificar. Depois de um nulo e de 13,86, resolveu a questão no terceiro e último ensaio, com 14,11, marca que a colocou como 5ª entre as oito apuradas para a final. Uma nota ainda para a ausência da alemã Kristin Gierisch, detentora da melhor marca europeia do ano (14,59), o que deixa ainda mais aberta esta final, a realizar às 10 horas de domingo.
Outro português em bom plano na jornada da manhã, foi Francisco Belo, que garantiu a presença na final do peso, ao alcançar 20,31 (com outro lançamento de 20,15), marca que lhe garantiu o oitavo (e último) lugar do apuramento. Já Tsanko Arnaudov, 4º na final de há dois anos, esteve longe do que vale, chegando apenas aos 19,86 (com outro ensaio válido a 19,08), marca que lhe deu o 12º lugar na qualificação e o deixou fora da final. Houve quatro atletas a cumprirem os necessários 20,90 do apuramento e entre estes, não se encontrou o alemão David Storl, que se ficou pelos 20,61.
Dos outros portugueses que estiveram nas eliminatórias, Cátia Azevedo obteve a sua melhor marca do ano (53,43) nos 400 m (foi 4ª na série), mas teria necessitado de igualar o seu recorde nacional de 53,13 para ser repescada para a meias-finais, para as quais foram apuradas 16 das 37 atletas presentes. Cátia ficou em 23º lugar no conjunto das sete séries. Também os corredores de 1500 m não passaram, neste caso à final, aberta a nove concorrentes. Emanuel Rolim calhou naquela que foi a série mais rápida (a 2ª), ganha pelo norueguês Jakob Ingebrigtsen (3.42,00), o qual, uma hora e 20 minutos depois, fez também o melhor tempo (e recorde europeu de juniores!) nas eliminatórias de 3000 m, com 7.51,20! Emanuel Rolim foi o último dos concorrentes classificados (7º), com 3.46,62, marca que superou as dos vencedores das duas outras séries mas foi insuficiente para o apuramento para a final, conseguido com 3.45,70, marca do terceiro apurado por tempos, o 5º da sua série. Já Paulo Rosário calhou numa série bem mais lenta, ganha pelo polaco Marcin Lewandowski em 3.47,49. Ele foi 5º na série, com 3.49,32, o 18º tempo entre os 28 concorrentes às três séries.
Laura Muir e Johnson-Thompson sensacionais
Duas grandes figuras do dia: as britânicas Laura Muir e Katarina Johnson-Thompson. A primeira começou a jornada da noite a ganhar a sua eliminatória de 1500 m (4.09,29) e, duas horas e meia depois (!), ganhou a final de 3000 m com um recorde dos campeonatos – 8.30,61. Abalou na última volta para triunfar com larga vantagem sobre a alemã Konstanze Klosterhalfen (8.34,06), que liderou sempre, e outra britânica, Melissa Courtney (8.38,22).
Johnson-Thompson ganhou o pentatlo com a melhor marca mundial do ano e a quarta de sempre (4983 p), a escassos 30 pontos do recorde mundial da ucraniana Nataliya Dobrynska (5013 p.). Deixou a segunda, a sua compatriota Niamh Emerson, a mais de 250 pontos (4731 p.)! A terceira, Solene Ndama, bateu o recorde de França (4723 p.).
Resultados completos no site da AEA: https://www.european-athletics.org/index.html
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