Foi excelente a presença portuguesa no Europeu de Torun, com três medalhas de ouro e mais duas presenças até ao 5º lugar. Portugal somou 33 pontos e foi 11º numa classificação não oficial mas que é a melhor forma de ordenar os países presentes. Foi a melhor pontuação de sempre, superando os 30 pontos de Valência’1998, e igualando os 11º lugares de Valência’1998, Paris’2011 e Belgrado’2017. Mas há que reconhecer a ajuda preciosa (16 pontos) de Pedro Pichardo e Auriol Dongmo, atletas que já chegaram a Portugal primeiros planos (embora Dongmo tenha entretanto progredido bem). Em Valência’1998, Portugal pontuou através de Rui Silva (1º), Carlos Calado (2º), Fernanda Ribeiro (2º), Carlos Silva (5º), António Travassos (7º), Lucrécia Jardim (8ª) e Carmo Tavares (8ª), um conjunto de atletas todos formados em Portugal.
De qualquer forma, a seleção excedeu as melhores expetativas. Pichardo e Dongmo foram, de longe, os melhores nas suas provas; Patrícia Mamona bateu o recorde nacional e, embora ganhando com um só centímetro de vantagem, fez, de longe, o melhor concurso entre as três medalhadas; Francisco Belo bateu o recorde nacional, igualou o 4º lugar de há dois anos e ficou a escassos três centímetros do pódio com uma marca (21,28) que lhe teria dado uma medalha em todas as anteriores 35 edições, exceto na de 2017 e por apenas dois centímetros (!); e Carlos Nascimento chegou à final e foi 5º, voltando a bater o seu recorde pessoal. Dos não finalistas, há ainda a salientar o recorde nacional sub’23 de Mariana Machado e o recorde pessoal de Samuel Barata. Apenas dois atletas ficaram bem aquém das expetativas: Vítor Ricardo Santos e o estreante José Carlos Pinto.
Registaram-se quatro melhores marcas nacionais em Europeus de pista coberta, através de Pedro Pichardo, com 17,30 no triplo (antes: Nelson Évora, 17,21), Francisco Belo, com 21,28 no peso (antes: Tsanko Arnaudov, 21,08), Patrícia Mamona, com 14,53 no triplo (antes: a própria e Susana Costa, 14,43) e Auriol Dongmo, com 19,34 no peso (antes: Teresa Machado, 15,80).
Em suma, uma excelente presença, à qual deveremos acrescentar uma outra, que passa normalmente desapercebida, já que é sempre honroso contarmos com um juiz internacional entre a muito escassa lista de elementos (apenas 17) que supervisionam este setor: Samuel Lopes foi desta vez o escolhido, sendo um dos sete oficiais técnicos internacionais presentes.
Uma nota final para enaltecer o destaque dado pela comunicação social a estes Europeus (ao contrário do que se vem verificando com a atualidade do atletismo semana a semana…), com nota alta para a RTP (com transmissão em direto dos campeonatos) e RDP (com um enviado especial). Nota negativa, mais uma vez, para os equipamentos da seleção, que pouco têm a ver com as cores nacionais. É um problema que se estende a outras modalidades (a começar pelo futebol, que raramente acerta) mas que terá que ser corrigido de uma vez por todas: camisolas vermelhas, calções verdes, com o amarelo a ajudar a tornar o equipamento mais atrativo.
Amanhã: Balanço internacional