A Federação de Atletismo do Quénia culpou os cartéis pelos crescentes casos de doping no país. Este ano, já foram suspensos 25 atletas por casos de doping, enquanto outros estão suspensos provisoriamente, aguardando o seu destino na Unidade de Integridade do Atletismo (AIU).
A Federação revelou que os cartéis montaram acampamentos em vários centros de treino e estão a fornecer doping a atletas ‘inocentes’.
No programa desportivo Sport On, Barnabas Korir, membro do Comité Executivo da Federação, disse que o elevado número de casos detetados, mostrou que o sistema está a funcionar e desafiou os atletas a evitar atalhos, mas treinar duro e vencer limpo.
Ele disse que eles forneceram à Agência Antidoping do Quénia informações para que possam investigar o assunto e processar os infratores.
“Temos cartéis que armaram acampamento aqui e são eles que estão a arruinar a modalidade porque aproveitam-se de atletas que sabem pouco sobre o doping e o bom, é que estão a ser apanhados porque o sistema de testes é preciso e todos serão apanhados”, disse Korir. Ele instou o governo a apoiar na luta contra o vício para que o país sobreviva este ano no desporto.
De acordo com Bildad Regoncho, chefe dos serviços jurídicos da Agência Antidoping do Quénia, a maioria dos atletas quenianos que foram suspensos, recorreram à Norandrosterona e Triancinolona. Ele revelou ainda que os atletas falsificam relatórios médicos quando solicitados a apresentá-los.
“Vamos cobrar dos atletas por adulteração de investigações quando apresentarem ou trazerem documentos falsos de hospitais porque temos mecanismos e podemos investigar e saber a verdade e o meu conselho a eles, é que façam a coisa certa”, disse o advogado.
Brett Clothier, responsável da Unidade de Integridade do Atletismo, disse que o país precisa de fazer mais para combater o flagelo do doping. “O doping não é centralizado no Quénia em comparação com a Rússia, onde as autoridades estavam a encobrir, mas o Quénia está ajudando-nos a descobrir quem está a fazer isto. Estamos vendo um grupo de pessoas a tentar vencer o sistema, mas estão a ser apanhados. O Quénia está a ir bem, mas há necessidade de mais apoio em termos de financiamento para combater a ameaça”, disse Brett.