Os países bálticos da Letónia e Estónia não fazem parte da elite europeia do atletismo mas as federações de atletismo dos dois países estão a desempenhar papéis importantes na promoção do programa educacional antidoping do Atletismo Europeu I Run Clean e dando exemplos de liderança para as outras federações na luta contra o doping no atletismo.
As duas federações estiveram entre as primeiras na Europa a tornar obrigatória a realização dos oito módulos de e-learning I Run Clean para atletas a nível nacional, levando a aumentos significativos no número de utilizadores inscritos na plataforma. A Associação de Atletismo da Estónia (EKJL) tem atualmente uma parceria com outras dez organizações que trabalham para desenvolver o programa e levar mensagens de atletismo limpo a novos públicos-alvo.
Depois de tornar a certificação I Run Clean uma condição para a obtenção de uma nova licença de atleta em 2018, a Associação de Atletismo da Letónia (LVS) estendeu a exigência para que, a partir de 2020, mesmo os titulares de licenças existentes nos escalões sub-20 e sénior precisassem de ser certificados para poderem competir.
Desde essa decisão, o número de letões registados na plataforma I Run Clean cresceu para mais de 1.700, cerca de 75% dos aproximadamente 2.200 atletas licenciados no país e a maior taxa de adesão em qualquer federação.
De acordo com o secretário-geral Dmitrijs Milkevics, a LVS iniciou a sua cooperação I Run Clean antes do lançamento oficial do programa em 2017, trabalhando com a agência nacional antidoping para traduzir o conteúdo do programa de e-learning do inglês para o letão.
“Depois de várias violações das regras antidoping na nossa modalidade, decidimos envolver-nos mais na educação de atletas e treinadores sobre o atletismo limpo e as regras antidoping e vimos uma boa oportunidade para implementar o I Run Clean no nosso sistema educacional”, explicou ele. “Acreditamos que o conteúdo é importante para a compreensão das regras e procedimentos, bem como de outras informações necessárias para um envolvimento ativo na luta contra o doping no atletismo”.
Mais a norte, na Estónia, a EKJL tornou obrigatória desde o início deste ano, a conclusão do programa de e-learning I Run Clean para os atletas que participam nos campeonatos nacionais.
O secretário-geral da EKJL, Sirje Lippe, que também está a trabalhar na educação da conformidade ética, estava inicialmente preocupado com o facto de que atletas de base poderiam ver de modo negativo, a implementação do novo requisito, sendo difícil de os persuadir, mas diz que não houve dificuldades.
“Acho que os nossos atletas veem a conclusão do programa como parte de uma abordagem profissional para o seu treino e preparação. Para nós da federação, I Run Clean não é uma campanha temporária, é uma parte consagrada do atletismo a todos os níveis ”, disse Lippe.
“Agora vemos muitos de nossos treinadores a registarem-se para passarem pelo programa de e-learning porque eles próprios estão interessados e querem saber o que os atletas estão a aprender”, acrescentou.
Como parceira do projeto de desenvolvimento I Run Clean , que é cofinanciado com uma bolsa de 324.000 euros pelo programa Erasmus + da Comissão Europeia, a EKJL está a ajudar a desenvolver esse interesse, através da criação de novos módulos de e-learning e workshops para treinadores e outros, na rede de apoio ao atleta.
Disponível em 26 idiomas, I Run Clean também está aberto a atletas de base e qualquer pessoa, jovem ou mais idosa, que esteja interessada em saber mais sobre modalidades limpas.
Até o momento, já se registaram mais de 21.000 indivíduos em toda a Europa na plataforma de e-learning I Run Clean e quase 16.800 já concluíram o programa e receberam diplomas I Run Clean .
Para mais informações e para participar no programa, pode visitar www.irunclean.org .