Em Évora, mora há 42 anos o Grupo Desportivo e Cultural Bairro Santo António com 230 atletas que movimentam oito Secções, entre elas, o atletismo e o triatlo. José Ferreira é o presidente do clube que faz uma grande aposta na formação através da Escola de Triatlo.
O Grupo Desportivo e Cultural Bairro Santo António (GDCBSA) de Évora foi criado em Setembro de 1975. Tudo começou num grupo de moradores “teimosos” que queriam que o bairro crescesse e construíram um campo de futebol. Faziam peças de teatro, festas e outras atividades como excursões, que era então a única forma das pessoas conhecerem o país. Assim, foram angariando dinheiro para construírem a sede do clube.
José Ferreira é o atual presidente do clube que tem 402 sócios pagando um euro mensal de quotização.
Durante o ano e para além das corridas, o clube participa em 25 triatlos, 10 duatlos e 5 aquatlos
Aposta na Escola de Triatlo
O clube tem uma sede e oito Secções em funcionamento que movimentam 230 atletas. São elas o Triatlo, Atletismo, Natação, Futebol, Hidroginástica, Ginástica, Ciclismo e o Pentatlo.
Tiago Ramos e João Linham acumulam as tarefas de treinadores e responsáveis da Escola de Triatlo que movimenta 70 atletas, o que é notável numa cidade do interior.
Segundo Tiago, a Escola de Triatlo foi fundada há dez anos e “surgiu como resposta a uma necessidade que se sentiu nunca cidade como Évora. A existência de um desporto eclético olímpico, juntando três segmentos: a natação, o ciclismo e a corrida”.
Foi muito difícil o primeiro ano da Escola, devido às muitas despesas e falta de apoios. Mas Tiago, também um jovem não desistiu, até porque não existia mais nenhum clube de triatlo na cidade e os atletas iam aparecendo interessados em experimentar.
O triatlo é gerido à parte, com algum apoio logístico da Direção do clube e da autarquia, mas as dificuldades são sempre muitas, correndo em paralelo – como sempre acontece em situações de crise – com a criatividade de que tem de resolver os problemas.
O atletismo está englobado na Secção de Triatlo e tem 24 atletas que apenas correm. Tem dois maratonistas, um de cada sexo. A maratonista, para além de várias maratonas no currículo, tem como objetivo participar num ironman anual.
Tiago Ramos explica o facto de a Secção ter tantos praticantes com a aposta prioritária na formação. “
“Apostamos na formação através de upgrade na formação dos treinadores. Especializações constantes. Procuramos sempre mais e melhor”.
Os atletas participam em provas de pista, estrada, corta-mato e montanha/trail. Durante o ano e para além das corridas, o clube participa em 25 triatlos, 10 duatlos e 5 aquatlos.
Grupo Desportivo e Cultural Bairro Santo António
Concelho: Évora
Ano fundação: 1975
Presidente: José Ferreira
Sócios: 402
Atletas: 70
Técnicos: 7
Federados na Federação Portuguesa de Pentatlo Moderno
A equipa conta com sete treinadores, dois deles estagiários e está federada na Federação Portuguesa de Pentatlo Moderno, desenvolvendo duas vertentes do mesmo: Laser Run e Biatle.
Segundo Tiago Ramos, o Laser Run está a ter um crescimento exponencial no Mundo e em especial em Portugal. Évora é uma das capitais onde se desenrola uma etapa do Campeonato Nacional de Laser. “ Neste momento já conseguimos ter 4 atletas eborenses a competirem ao mais alto nível no Mundial de Laser Run representando Portugal”.
O clube organiza o Aquatlo Escolar Évora, o Duatlo Estremoz e Laser Run , com uma média superior a 200 atletas em cada prova.
“Nunca estaremos satisfeitos, somos exigentes e procuramos sempre alcançar mais e melhor”
Falta de apoios
O GDCBSA tem tido apoios a nível logístico da Câmara e da Junta de Freguesia. A nível privado, tem apenas de duas empresas, “Évora In” e “Noites Reciclagem”. Estes apoios são insuficientes valendo a mensalidade dos atletas.
Onde há falta de apoios, sobra a imaginação. Já houve uma campanha de recolha de plásticos que já serviu para adquirir as t-shirts. As rifas já serviram para a compra de equipamentos. “Os apoios das empresas locais são reduzidos e, não fossem os pais dos miúdos, nada disto era possível”,
Os apoios aos atletas passam pelas inscrições nas provas, licenciamentos, transportes, equipamentos técnicos, instalações, médico e mecânico através de protocolos.
O triatlo é gerido à parte, com algum apoio logístico da Direção do clube e da autarquia, mas as dificuldades são sempre muitas, correndo em paralelo – como sempre acontece em situações de crise – com a criatividade de que tem de resolver os problemas.
“Apostamos na formação, na escola, nos jovens, no desporto, na formação dos técnicos, acompanhamentos especializados”
Resultados de realce
Quando perguntámos a Tiago Ramos se o clube estava satisfeito com os resultados dos atletas, foi muito claro na resposta: “Não. Nunca estaremos satisfeitos, somos exigentes e procuramos sempre alcançar mais e melhor”.
Não achou correto salientar algum atleta que se venha destacando. “Vimos o clube como um todo, sendo para nós mais importante realçar os resultados coletivos”.
Realçou então o 4º lugar no Campeonato Nacional Jovem em Triatlo, Campeões Regionais em Triatlo, 3º Lugar no Campeonato Nacional por Terra, 4º lugar no Nacional de Pentatlo e Campeões do Critério Paulo Guerra em corta-mato.
Condições de treino precisam de ser melhoradas
As principais dificuldades na prática do atletismo em particular passam pela ausência de horários matinais na pista de atletismo e falta de apoios financeiros para deslocações.
No Inverno, os atletas têm acesso à piscina de 16 metros que é muito limitativa. Este ano, o clube fez um esforço adicional para em dois treinos por semana, os atletas poderem aceder a uma piscina de 25 metros. As condições de treino só melhoram no Verão quando têm uma piscina exterior de 50 metros.
O que é o Pentatlo Moderno
O Pentatlo Moderno é uma modalidade olímpica composta por cinco eventos: esgrima, natação, hipismo e combinado (corrida e tiro Laser disputado de forma simultânea/intercalada. Para se chegar a este patamar competitivo, os jovens atletas percorrem normalmente um trajeto nos escalões de formação, começando por praticar a modalidade nos eventos de base como a natação e a corrida. Mais tarde, integram o tiro laser, seguido da esgrima e finalmente, do hipismo até se tornarem “Pentatletas” na verdadeira aceção da palavra.
O que é o Laser Run
Laser Run é um novo formato desportivo que combina duas modalidades: Corrida e Tiro Laser, em regime indoor ou outdoor onde o principal desafio é articular a vertente física/atlética da primeira com a vertente técnica/psicológica da segunda. Pode praticar-se desde os seis anos de idade.