A IAAF decidiu neste domingo manter a suspensão da federação russa das competições internacionais. É a 11ª vez, desde 2015, que a entidade que regulamenta a modalidade, recusa o pedido da Rússia de regressar à competição. Agora, há suspeitas de manipulação de documentos e de que técnicos e membros do departamento médico da Federação Russa que estavam suspensos, continuem a trabalhar.
A suspensão da Rússia pela IAAF aconteceu em novembro de 2015, depois da descoberta de um esquema de doping patrocinado pelo Estado. A última negativa para que a punição fosse levantada foi em Março deste ano. Então, o principal problema era o acesso aos dados e amostras do laboratório de Moscovo. Além disso, a Rússia também precisaria de pagar os custos da investigação da task-force da IAAF envolvida no caso.
Agora, pelo menos parte das exigências foram atendidas. O chefe da task-force de doping da IAAF, Rune Andersen, confirmou que a dívida financeira para cobrir os custos jurídicos e taxas administrativas da entidade nos últimos quatro anos tinha sido liquidada. A Federação Russa também se comprometeu a pagar custos futuros a cada trimestre.
Andersen também afirmou que a Agência Mundial Antidoping (WADA) teve acesso aos dados do laboratório e, até 18 de Junho, vai mandá-las para a Unidade de Integração do Atletismo. Porém, só a partir da análise da AIU, será possível concluir o caso e não há data prevista para a divulgação desse relatório.
Novas alegações adiam fim da suspensão
Embora a questão financeira e o acesso a dados do laboratório de Moscovo pareçam ser problemas quase superados, novas suspeitas também contribuíram para que a IAAF levantasse a suspensão da federação russa pela 11ª vez. Uma delas é a de que documentos tenham sido forjados para evitar a suspensão por doping de Danil Lysenko, vice-campeão mundial do salto em altura em 2017.
Também existem indicações de que técnicos e membros da equipa médica russa que foram banidos, continuam em atividade e, portanto, a federação do país não poderia ser reintegrada às competições enquanto as investigações a esse respeito continuarem.
– “Se assim for, isso levanta dúvidas sobre a capacidade da Federação Russa de impor limites ao doping e se os atletas russos adotaram a mudança para uma nova cultura anti-doping” – afirmou Andersen ao Inside The Games.
Mesmo a manter-se a suspensão, não está completamente descartada a possibilidade de atletas russos serem reintegrados antes do Campeonato Mundial de Atletismo de Doha, em Setembro. A task-force de doping da IAAF deixou em aberto a possibilidade de encaminhar uma recomendação ao Conselho da entidade antes de seu próximo encontro, também em Setembro, caso ocorram avanços significativos nas duas condições consideradas necessárias para terminar com a suspensão.