Em declarações à Agência Lusa, a marchadora olímpica Inês Henriques mostrou-se muito crítica para com a indefinição do programa da marcha nos JO de Paris. “É uma grande falta de respeito para com os atletas que trabalham todos os dias, sem saber para quê. Já se ouve isso (alterações no formato da marcha) há imenso tempo. Em janeiro divulgaram, e deviam fazê-lo com alguma coisa que estivesse aprovada, para não andarem mais uma vez a brincarem com as nossas vidas.”
Têm contribuído para a indefinição atual, várias propostas entre a World Athletics e o Comité Olímpico Internacional, como a inclusão de uma distância mista nos 20 km, em vez dos 35 km.
Nos JO de Tóquio, os homens tiveram uma prova de 50 km e as mulheres, apenas 20. Para Paris, estava prevista uma prova mista de 35 km mas ainda não há acordo entre o COI e a World Athletics.
Há quem avente uma estafeta com a distância da maratona com cada atleta a marchar pouco mais de 10 km. Com todas estas indecisões e a cerca de ano e meio dos Jogos, os atletas ainda não sabem em que distância poderão marchar.
Inês Henriques fala ainda em motivação: “É complicado sairmos para a rua e motivarmo-nos todos os dias numa coisa que não sabemos como vai ser no futuro. Quando foi a tentativa de introdução dos 50 km femininos, disseram-nos que tinha de ser com três anos de antecedência (qualquer alteração) Estamos a menos de ano e meio dos Jogos.”