Inês Marques tem 41 anos e corre há dez anos. É atleta do Centro Cultural do Alto do Moinho e corre mais de 70 provas por ano, sempre “a abrir” e sem lesões! Já começa a ser difícil arranjar espaço em casa para tantos troféus!
Inês Marques tem 41 anos e nasceu em Lisboa. É arquiteta e começou a treinar há dez anos, sozinha na Quinta da Marialva, em Corroios. Os amigos acabaram por a levar a participar em provas.
A sua estreia foi numa Meia Maratona de Setúbal. Um amigo ofereceu-lhe a inscrição na prova como prenda de anos. “Na altura, achei uma corrida muito longa e o percurso diferente do atual, era bastante monótono”.
Corre habitualmente pelo Centro Cultural do Alto do Moinho mas também pelo site “99 Provas Gratuitas”. Conheceu Miguel Lopes que tem um site a promover as provas gratuitas, daí correr também por ele.
Treina diariamente, habitualmente só e sem um plano de treinos. Dada a sua intensa atividade profissional, precisa de muita organização e planeamento ao minuto. “E muita vontade e amor”.
“O trail permite-me conciliar o prazer da superação com a vivência de ambientes e paisagens…e viajar no tempo em sentido figurado”
Mais de 70 corridas por ano!
Inês raramente sabe o que é um fim de semana sem corridas. Nas suas contas, participa anualmente em 70 corridas…ou mais. Corre sábados, domingos e dias feriados, sempre “a abrir”, não consegue parar! E ainda faz BTT e natação! As subidas ao pódio são frequentes e começa a faltar-lhe espaço em casa para tantos troféus.
Não elege uma prova como a sua preferida mas dá-nos uma resposta curiosa: “A que mais gosto de participar, é provavelmente a típica prova do Troféu de uma localidade, pela simplicidade e paixão dos atletas”.
Dez quilómetros é a sua distância preferida na estrada. “Tenho a adrenalina da velocidade”. No trail, a sua opção vai para as distâncias superiores a 30 km.
Estreia da maratona em Sevilha
Já correu quatro maratonas em estrada. Estreou-se nos míticos 42.195 metros em Sevilha, sem o esperar. Havia uma excursão de autocarro à prova mas uma atleta não pôde ir devido a lesão. Inês foi assim convidada à última da hora e lá foi, guardando boas recordações da estreia onde gastou cerca de 3h45m. “Correu tranquilamente, não tinha treinado para uma maratona e decidi ir uma semana antes. Fui correndo com calma pois não sabia ao certo como gerir a distância. Tive a companhia de um amigo do atletismo que foi muito valiosa”.
Já a sua primeira Ultra Maratona Melides-Tróia foi o momento mais marcante da sua carreira desportiva.
A paixão dos trails
No mundo das corridas, Inês aprecia particularmente o convívio aliado à competição. Já se apaixonou pelos trails e a explicação é simples”: O trail permite-me conciliar o prazer da superação com a vivência de ambientes e paisagens que me retiram da vida diária e me permitem viajar no tempo em sentido figurado”.
Na sua opinião, as provas de estrada e os trails diferem em termos de ambiente, participantes e perfomances.
Desporto precisa de novas mentalidades
Quanto ao futuro da modalidade, Inês faz votos que as novas gerações possam beneficiar de mais apoios, resultantes de uma sociedade com uma mentalidade um pouco mais aberta ao desporto ao geral.
“Que os atletas do trail não esqueçam e deteriorem o espírito são que pautou até agora, este tipo de provas”
Sugestões para uma melhor organização das provas
Já quanto a sugestões para uma melhor organização das provas, deixa-nos algumas: “Recorrer à ajuda de pessoas formadas, não incluir trajetos que coloquem em risco o atleta, prever devidamente os abastecimentos e marcações, proporcionar auxílio com os filhos dos atletas”.
A dança
Não tem por hábito fazer projetos futuros na modalidade e não tem data imaginada para deixar de correr. Será enquanto puder até porque até agora, ainda não foi visitada pelas lesões. A dança seria a modalidade escolhida se não tivesse optado pelo atletismo. Não tem qualquer tipo de cuidado com a alimentação e não costuma fazer exames médicos de rotina.
Apelo aos atletas
A terminar, Inês quis deixar um sentido apelo aos atletas, sobretudo do trail: “Que não esqueçam e deteriorem o espírito são que pautou até agora este tipo de provas”.