Irina Rodrigues, que fraturou o perónio nas vésperas de competir nos Jogos Olímpicos do Rio, está a treinar desde janeiro, mas com a particularidade de o fazer em três locais distintos: Leiria, Coimbra e…Angra do Heroísmo! Na origem desta alteração – Irina treinava sempre no Centro Nacional de Lançamentos, em Leiria – está a mudança de treinador, de Paulo Reis, o seu treinador de sempre, por Júlio Cirino, que orientou a ainda recordista nacional Teresa Machado (em Aveiro) mas agora reside nos Açores.
Segundo curiosa reportagem de Jacinto Silva Duro para o Jornal de Leiria, a atleta, estudante de medicina em Coimbra, diz onde realiza os seus treinos: às segundas e terças-feiras em Coimbra, na secção de halterofilia da Académica; nos restantes dias da semana, divide-se por Leiria e Angra do Heroísmo, já que ela viaja duas vezes por mês para os Açores, enquanto Júlio Cirino faz o trajeto inverso (Angra-Leiria) outras duas vezes. Ou seja, por mês, somando as quatro viagens entre Leiria e Coimbra e as duas para os Açores, totaliza… sete mil quilómetros. “Não posso negar que é cansativo”, afirmou a atleta do Sporting ao Jornal de Leiria. “No entanto, estou a gostar muito do processo. Fui muito bem recebida na Terceira, o Estádio João Paulo II é o mais bonito onde estive e o Júlio Cirino é um mestre, não só no que concerne ao atletismo, mas também como ser humano. A sintonia é total”, conclui a melhor discóbola nacional dos últimos anos (63,96m como recorde pessoal, em 2016), que mantém como objetivo principal desta época a presença no Mundial de Londres (apesar do atraso na preparação), cujo mínimo é de 61,20. E, claro, o velho recorde de Teresa Machado (65,40 em 1998) continua na mira, já que Irina tem apenas 26 anos.