O norueguês Jakob Ingebrigtsen fez várias declarações ousadas em recente entrevista ao The Telegraph.
Com dois irmãos mais velhos especialistas do meio fundo, Jakob viveu no mundo do atletismo de elite desde os “quatro ou cinco anos”. Ele revelou que aos 12 anos, já corria pelo menos 100 quilómetros por semana. Aos 16 anos, ele tornou-se o atleta mais jovem a superar os quatro minutos na milha, e agora, aos 24, ele é bicampeão olímpico, bicampeão mundial e quatro vezes vencedor da final da Liga Diamante. Compete agora no Europeu de Pista Coberta em Apeldoorn, onde é candidato às medalhas de ouro nos 1.500 m e 3.000 m.
“Não é um privilégio, é um dever”
Crescer numa família competitiva incutiu em Ingebrigtsen, não apenas o desejo de se destacar, mas um sentido de obrigação. “Crescer, ficar cada vez melhor, não é um privilégio, mas é um dever”, disse ele. “Eu nunca me sentirei motivado ou desmotivado, porque isso é irrelevante.”
Amplamente considerado como um dos maiores atletas de sempre, o sucesso de Ingebrigtsen fomentou uma crença inabalável de que ele personifica todo o potencial do mundo da corrida.
“Sempre senti a responsabilidade de fazer isso a 100%. Sinto o dever de ver o quão rápido consigo correr para mostrar a todos o que é possível no nosso tempo. Este é o objetivo, tenho a responsabilidade de ver o que pode fazer a raça humana.”
Ele nunca faltou a uma sessão de treino
Com um grande sentido de responsabilidade pesando sobre ele, não é muito surpreendente que Ingebrigsten siga os seus planos de treino a 100%. “Eu sempre fiz tudo o que planeei”, disse ele. “Claro que posso hesitar se estiver a nevar e a chover demasiado mas, ‘Eu quero fazer isto hoje?’ Isso não é algo que eu me pergunte. Vou fazer isso da melhor forma que puder.”
Não lhe interessam os seus recordes mundiais em pista coberta
Embora Ingebrigtsen seja detentor de cinco recordes mundiais, 2.000 m, 3.000 m, duas milhas ao ar livre e 1.500 m e milha em pista coberta, para ele, contam apenas realmente três. Ele está numa missão para derrubar todos os recordes mundiais, dos 1.500 m à maratona. “Um bom começo, mas, na verdade, não importa”, disse ele ao reconhecer o seu recente desempenho quando bateu numa só prova os recordes mundiais dos 1.500 m e da milha em pista coberta. “Correr não é um desporto indoor.”
Ninguém corre na frente exceto ele, porque é muito difícil
Nos JO de Tóquio em 2021 e Paris 2024, Ingebrigtsen não conseguiu conquistar a medalha de ouro nos 1.500 m, apesar de manter a liderança mundial na distância a cada ano, depois de liderar a maior parte das duas finais olímpicas. Mas ele não tem planos de mudar a sua tática de corrida na frente. “(Correr na frente) é definitivamente uma das maneiras mais difíceis”, disse ele. “É por isso que ninguém faz isso. Acho que essa é uma das razões pelas quais será tão generoso quando um dia funcionar, porque ninguém fez isso antes. Acho que sou capaz de fazer isso.”
“Não sei por que (Kerr) está tão interessado em mim”
É bem conhecida a rivalidade entre Ingebrigtsen e o britânico Josh Kerr, campeão mundial dos 1.500 m em 2023. Mas o norueguês sugere que Kerr está muito mais interessado na rivalidade. “Não sei porque é que ele está tão interessado em mim, mas acho que é porque sou eu quem deve ser derrotado”, disse ele. “É irrelevante quem está ao meu lado; estou na minha própria missão.”