Em declarações à Lusa, Joge Vieira, presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, manifestou-se contra a presença de atletas russos e bielorrussos nos JO de Paris. A sua posição está em consonância com a já manifestada várias vezes, por Sebastian Coe, presidente da World Athletics.
“Não só pela questão do conflito, mas já por questões anteriores que têm a ver com o doping, em que eu e nós (Federação) entendemos que a luta deve ser implacável contra a dopagem.”
Para Jorge Vieira, a invasão da Ucrânia pela Rússia é inaceitável, não existindo argumentos olímpicos que consigam ultrapassar essa realidade.
“O que veio a seguir, do conflito, da invasão da Ucrânia, para nós também, obviamente, é imperdoável. E eu digo muitas vezes para mim próprio, e pela primeira vez o digo publicamente: não há argumentos olímpicos que consigam ultrapassar isto. Tenho muitas dúvidas sobre mesmo a permissão de deixar entrar atletas russos, mesmo com uma camisola neutra, serão sempre russos, serão sempre indicados como russos. E eu acho que é imperdoável, humanamente falando, que tal possa acontecer nos dias de hoje.”
Jorge Vieira corroborou a posição da World Athletics: “A minha leitura é de obediência à minha Federação Internacional, naturalmente. Não só por dever institucional, sendo uma Federação associada, seguimos a orientação política da World Athletics, mas, se me perguntar pessoalmente, concordo. Concordo perfeitamente, não só pela questão do conflito, mas já por questões anteriores que têm a ver com o doping (…), com provas provadas de que havia um sistema organizado na Rússia e na Bielorrússia de manipulação dos resultados.”