José Uva, treinador de Patrícia Mamona, comentou no seu facebook a Gala do Centenário da Federação, mostrando-se muito crítico para com o esquecimento dos atletas, treinadores e clubes. Eis o comentário postado pelo treinador no seu facebook
Ainda a Gala do Centenário da Federaçào Portuguesa de Atletismo
Quem foi convidado para a Gala do Centenário da FPA, como foi o meu caso, por força de ser treinador da Patricia Mamona, deparou-se com várias coisas muito interessantes.
Irrepreensível organização, sala, comida, entretenimento e apresentadores.
A FPA está realmente de parabéns por ter levado a cabo um evento de grande qualidade.
Também foi clara a mensagem transmitida a todos os presentes e a quem pode acompanhar em direto pelas redes sociais.
Estiveram em grande destaque todas as Associações Regionais com mais de 100 convidados em palco. Também foram alvo de merecido grande relevo os convidados do Comité Olimpico de Portugal, IPDJ e European Athletics.
Ou seja, foi clara a vontade em agradar a quem elegeu a direção da FPA, as associações regionais, e quem a poderá receber alguns elementos desta direção após este último mandato imposto pela nossa lei desportiva, o COP, IPDJ e a European Athletics.
Resumindo, foi uma excelente Gala feita por dirigentes, para dirigentes, que apenas pecou por um pequeno detalhe, os verdadeiros protagonistas do nosso atletismo são os atletas, os seus treinadores e os clubes, e esses foram esquecidos e em alguns casos humilhados.
Em ano Olimpico, tendo a equipa olimpica de atletismo tido a segunda melhor prestação de sempre nuns JO, não entendo como todos os seus elementos e seus treinadores não foram convidados para estar presentes (alguns foram 2 dias antes, mas após pressão da ATAP e Ass. de Atletas).
Também não entendo porque não foram públicos os critérios que levaram à nomeação dos 4 finalistas em cada categoria dos homenageados como atleta, treinador, juiz e dirigente do século.
Na parte que me toca, a dos treinadores, parece-me claro que só poderia haver um vencedor, o professor Moniz Pereira, como aconteceu. E sem falsas modéstias, sinto que eu não deveria ter feito parte dos 4 nomeados finais, pois Moniz Pereira, João Ganço, Sameiro Araújo e João Campos, são nomes que devido a tudo o que deram ao nossos desporto com múltiplos atletas, aprendi a respeitar, a admirar e a aplaudir.
Também não compreendi como foi possivel esquecerem-se dos treinadores dos campeões Olimpicos, ou de nem sequer serem mencionadas as palavras “Atleta”e “Treinador” no discurso de abertura do vice Luis Figueiredo.
Ou como é possível festejar o centenário do atletismo português sem realçar o trabalho que Sporting e Benfica, para não falar de outros clubes também muito relevantes, tem realizado como âncoras do nosso desporto.
Enfim, eu e todos sabiamos ao que íamos…
Estou convicto que todas as falhas que enumerei foram cometidas sem qualquer intenção de prejudicar os visados, no entanto fico bastante preocupado porque, sendo esse o caso, é sinal que quem comanda os destinos do nosso atletismo anda um pouco confuso… ou talvez não!
Viva a liderança, a competência e a meritocracia!
Já agora… as primeiras palavras usadas no discurso do presidente da European Athletics foram ” Dear Athletes…”
Entretanto, Jorge Vieira já desvalorizou as demissões de Fernanda Ribeiro e João Ganço da direção do organismo e as críticas de vários atletas, preferindo valorizar os melhores resultados de sempre obtidos em Jogos Olímpicos.