Kenenisa Bekele, tricampeão olímpico em pista e segundo maratonista mais rápido de todos os tempos, anunciou que não vai participar na prova seletiva da maratona olímpica da Etiópia, no próximo sábado, que terá a distância de 35 km na cidade de Sebeta.
Como já disse Haji Adilo, treinador da equipa da maratona etíope, os três primeiros classificados ficarão apurados para os JO de Tóquio. Logo, isto significa que Kenenisa Bekele vai falhar o sonho de ganhar medalhas de ouro na maratona e 10.000 m.
Bekele está protestando contra a sua exclusão da equipa, pois antes da pandemia, tinha sido informado de que a Etiópia selecionaria os seus três maratonistas com base nos tempos mais rápidos durante a janela de qualificação, com Bekele a liderar a lista por mais de um minuto.
No mês passado, especulou-se se Bekele, que não corre uma maratona desde Setembro de 2019 em Berlim (2h01m41s), iria participar nas provas seletivas.
Agora, ele publicou no Twitter um comunicado onde diz que está 100% saudável, mas critica a Federação Etíope de Atletismo por ter mudado os seus critérios de seleção e realizar as provas muito perto da maratona olímpica em Sapporo, que será disputada no dia 8 de Agosto. O intervalo entre as duas provas é de 14 semanas. Para referência, quando Eliud Kipchoge conquistou o ouro olímpico em 2016, houve um intervalo de 17 semanas entre a maratona da primavera de Kipchoge (Londres) e a maratona olímpica do Rio de Janeiro. No documento, Bekele mencionou países como os Estados Unidos que estão a honrar as seleções feitas com muita antecedência.
Se o apelo de Bekele for negado, é provável que ele não volte a competir em Jogos Olímpicos pois em Paris, ele já estará com 42 anos. Até agora, apenas dois atletas conquistaram medalhas de ouro olímpicas na pista e na maratona. O primeiro foi o finlandês Hannes Kolehmainen em 1920 e o outro, Emil Zatopek em 1952.