Na noite de 7 de agosto de 2024, o etíope Lamecha Girma, recordista mundial dos 3.000 m obstáculos, entrou na final olímpica de Paris como um dos grandes favoritos à medalha de ouro.
Ele já tinha conquistado antes naquela disciplina, medalhas de prata no Mundial de Doha, nos JO de Tóquio e no Mundial de 2022.
Na última volta da final de Paris, ao chegar à barreira no final da reta oposta em grande velocidade, Girma bateu na barreira com o joelho direito, caiu para trás em direção à barreira, batendo com cabeça na pista, numa queda violenta.
Girma ficou deitado de bruços na pista, imóvel. Em poucos minutos, ele recebeu um colar cervical e foi levado de maca para fora do estádio. Foi um dos momentos mais assustadores dos Jogos.
Girma, de 24 anos, passou os próximos três dias internado num hospital francês para tratar de uma concussão antes de regressar a casa, em Adis Abeba. Ele ainda não correu desde o incidente.
“Obviamente, foi uma queda muito, muito dura”, disse o agente de Girma, Hussein Makke. “Foi muito mais do que vimos ao longe… Ele levou um tempo para recuperar. Ele consultou vários médicos na Europa.”
Num ano atípico e por causa da concussão, Girma não conseguiu treinar no outono passado e só voltou a treinar em janeiro.
O seu agente disse que Girma está agora em “boas condições e em boa forma”, mas ainda persistem alguns efeitos colaterais da sua queda, nove meses depois. “Ele ainda sente sintomas da concussão quando atinge certas velocidades e níveis elevados”, disse o agente. “Ele ainda não está normal. Ele consegue treinar e tem feito bons treinos, mas, a esta altura, com uma combinação de intensidade e outras coisas, ele sente um pouco de tonturas e outras coisas.”
Como resultado, Girma não apressou o seu regresso, não estando presente nos primeiros meetings da Liga Diamante.
É previsível que o atleta ainda vá correr neste mês de maio, salvo contratempos.