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Início Destaque

Licença Para Suar

Manuel Sequeira por Manuel Sequeira
2025-03-31
em Destaque, Nacional
0
Licença Para Suar
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Ricardo Nascimento, advogado e atleta amador, escreveu no ‘Observador’ um delicioso texto sobre a polémica decisão da Federação em criar uma licença para quem corre. Dado o seu interesse, reproduzimos o referido texto a que deu o título “Licença Para Suar”.

Se isto pega, imagine-se o que aí vem: carteiras profissionais para nadadores de maré vazia. Declarações para ciclistas de domingo. Alvarás para quem joga à bola no recreio.

Oferecer Correr é simples. Ou era.

Primeiro os pés, depois os

pulmões. O cérebro vem atrás,

distraído, é algo terapêutico.

Nas provas, um corredor

inscreve-se, veste uma t-shirt

com patrocínios e faz figuras

tristes nas fotos. Mas agora,

graças à Federação

Portuguesa de Atletismo,

correr deixou de ser só isso.

Passou a ser uma questão

jurídica. Uma espécie de

desporto com contrato.

A nova ideia é elegante na sua

loucura: se a corrida tiver

classificação e custar mais de

cinco euros, o cidadão comum

precisa de uma licença. Três

euros por evento ou trinta e

cinco por ano, com direito a

seguro e tudo. Um negócio

redondinho, tipo Netflix do

sofrimento voluntário. Quem

quiser correr legalmente tem

de se filiar — nem que seja

por um dia. O Estado não

exige, mas a Federação faz de

conta que sim. É uma espécie

de parafiscalidade por amor

ao regulamento.

O mais bonito é que ninguém

sabe muito bem de onde veio

esta urgência. Fala-se em

“legalizar provas”. Mas que

provas? De quê? E quem

estava ilegal? Será que correr

10 km em Rebordosa era um

ato subversivo? Uma ameaça à

ordem pública? Um atentado

ao Estado de Direito em

sapatilhas?

A Constituição — essa avó

esquecida que ainda sabe

umas coisas — diz, com

ternura, que ninguém pode

ser obrigado a fazer parte de

uma associação. E que o

desporto é para todos. Não diz

“para todos os licenciados”,

nem “mediante o pagamento

de licença para suar.” Mas

pronto, ninguém quer ser o

chato que cita artigos da lei

fundamental do país, num

domingo de manhã, quando o

dorsal está preso com alfinetes.

O problema aqui nem é o

dinheiro. O problema é a

ideia. A ideia de que correr —

esse gesto humano anterior ao

verbo — passa a precisar de

autorização. Que é preciso

registar o cansaço e rubricar a

fadiga. E que quem não

quiser, não pode.

É uma visão federativa do

mundo: onde há gente a

mexer-se, há um regulamento

por escrever. Uma marcha é

um procedimento. Um sprint é

um formulário. Um dorsal é

uma relação jurídica.

O pior é que isto até vem de

boa vontade. A Federação

quer proteger os atletas. Mas,

como muitas instituições,

confunde proteção com

controlo. E o controlo com

filiação. E a filiação com

legitimidade. E a legitimidade

com “porque sim”. Se isto pega, imagine-se o que

aí vem: carteiras profissionais

para nadadores de maré

vazia. Declarações para

ciclistas de domingo.

Alvarás para quem joga à bola no

ringue da escola. Tudo em

nome da segurança, claro.

Não tarda nada, teremos um

Ministério da Corrida, com

secretários de Estado para o

Sprint e o Trail. E para correr

à chuva? Atestado médico,

licença especial e um parecer

da Proteção Civil.

A corrida não precisa de

licença. Precisa de espaço, de

tempo e de vontade.

Não nos peçam para pagar o

que é nosso por direito.

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Said Ameqrene e Susana Godinho vencem Meia Maratona do Cávado

Aniversários de Abril

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